No universo criado pelo artista curitibano Butcher Billy, personagens de quadrinhos das editoras Marvel e DC Comics se confundem com ídolos da música pop, políticos mundiais, assassinos em série e líderes extremistas. Esse universo paralelo tão caótico e conturbado quanto uma das ‘Infinitas Terras’ da DC Comics povoam as páginas do artista no Instagram (https://instagram.com/thebutcherbilly/) e no Facebook (https://www.facebook.com/bilyml).
Em 1980, Billy foi se iniciando “na cultura pop como um todo, quadrinhos, cinema, música, games, arte” e percebeu que “tudo estava relacionado de alguma forma”. Foram essas conexões conta ele, que definiram seus gostos pessoais e escolhas profissionais.
Quanto à mistura entre vilões da Marvel e da DC com líderes mundiais polêmicos e chefes de organizações extremistas, Billy diz ser uma forma de “explorar o quanto certas formas de arte são um reflexo do tempo em que vivemos. Se antigamente quadrinhos e cinema eram um tanto quanto ingênuos e encarados como puro escapismo, hoje, eles precisam espelhar a realidade para serem relevantes ao espectador”.
Na arte de Billy, Mark Zuckerberg (fundador do Facebook) se transforma no perverso Loki, o irmão de Thor. O devorador de galáxias Galactus é convertido em Hitler e o assassino em série Charles Manson é retratado como o Coringa, o arqui-inimigo de Batman.
Personagens de quadrinhos da Marvel e da DC Comics são, atualmente, não só marcas milionárias de suas editoras, como também fontes de inspiração para franquias cinematográficas que estão sempre no topo das bilheterias, como Os Vingadores e os vários longas metragens protagonizados por Batman.
Em seu próximo projeto, Billy deixará os quadrinhos de lado, mas não abandonará o universo pop e nem as reciclagens de outras obras artísticas.
“Sou fã do (artista britânico) Banksy e durante muito tempo vinha quebrando a cabeça tentando formatar uma ideia para subverter o trabalho dele. Agora acho que cheguei em um conceito interessante. O projeto vai se chamar ‘Butcher Billy Bullies Banksy’, diz o artista, sem querer adiantar mais detalhes sobre o projeto.
O artista conta que já lançou projetos usando temas nacionais. “Mas quase todos passam meio batido sem gerar muita repercussão. A crítica política é inevitável, como no “Butcher Billy for President”, mas outro que eu gostei muito de ter feito foi o Sin City x Boca do Lixo, em que eu redesenhei cartazes de filmes clássicos da época da pornochanchada.