COMEMORAÇÃO

Arraial da Maria Aragão homenageia Dia Nacional do Tambor de Crioula

A Praça Maria Aragão que no período junino se transforma no Terreiro da Maria, apresenta todos os dias a partir das 18h uma diversidade de programação com bumba-meu-boi, tambor de crioula, danças, shows musicais e um barracão dedicado ao forró, mas nesta quinta-feira a noite é especialmente voltada para o tambor de crioula. 18 de […]

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A Praça Maria Aragão que no período junino se transforma no Terreiro da Maria, apresenta todos os dias a partir das 18h uma diversidade de programação com bumba-meu-boi, tambor de crioula, danças, shows musicais e um barracão dedicado ao forró, mas nesta quinta-feira a noite é especialmente voltada para o tambor de crioula. 18 de junho é o Dia Nacional do Tambor de Crioula, reconhecido como Bem Imaterial do Brasil, tombado pelo Ministério da Cultura (MINC), por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e que no Maranhão é reverenciado e aplaudido nos 4 cantos do estado.

Coreiras, tocadores, devotos de São Benedito, brincantes ou simplesmente admiradores poderão se deixar envolver pela magia do toque dos tambores a partir das 18h quando acontecerão grandes rodas de tambor espalhadas pela praça com as apresentações simultâneas dos tambores Alegria do Maranhão, Crioula de Apolônio, Dominador da Ilha, da Fé em Deus, Santa Fé, Um Canto de Amor a São Luís, Encanto de São Benedito, Santa Bárbara, Turma dos Crioulos, Arte Nossa e Sandália de São Benedito.
Em 2007 a manifestação folclórica tipicamente maranhense foi reconhecida como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desde então era realizada a Alvorada dos Tambores, mas este ano, segundo informações da assessoria da Fundação Municipal de Cultura, reunir 10 grupos de tambor e proporcionar a ocupação da Praça foi a forma que a Func encontrou de homenagear essa manifestação.
Para Neto de Azile, coordenador geral do Comité Gestor, a data representa o reconhecimento de uma expressão genuinamente maranhense na identidade cultural do Brasil. “Reforça não somente a autoestima dos coreiros e coreiras, em sua maioria negros, bem como a aceitação da sociedade em geral com a inserção dos grupos e da prática do tambor em espaços públicos como forma de valorização desta manifestação cultural”.
Entre as ações a favor da preservação e salvaguarda do Tambor de Crioula, a Func conta com espaço destinado ao estímulo e revitalização de rodas de tambor, que é a Capela de São Benedito, localizada na Fábrica São Luís (Rua de São Pantaleão, Madre Deus).
Para Carla Coreira, que idealizou e mantém uma programação todos os sábados na Capela de São Benedito, na Praça da Faustina, comentou que “a força e o ritmo do Maranhão no couro dos tambores pulsam nos corações dos brincantes do tambor de crioula, antes considerada brincadeira de escravos, e hoje é uma dança que integra os mais diversos grupos sociais como uma das mais importantes manifestações populares maranhenses. Salve todos os tambores de crioula do Brasil”!
“Lá vai Maria”
Às 22h tem o show Lá Vai Maria, com Camila Reis, em seguida as apresentações dos bois Brilho da Amizade (baixada), e Barbosa de Rosário (orquestra) que encerra a noite.
O show da cantora Camila Reis é formado por músicas autorais e de outros compositores maranhenses, interpretadas com ritmos como o cacuriá, o bumba-meu-boi, toques do divino Espírito Santo, tambor de crioula entre outros; e as composições trazem letras e poesias que traduzem um pouco da realidade do povo maranhense, seus personagens e suas manifestações populares. O show apresenta-se como uma “brincadeira popular” que interage com o público em versos e cantorias sem deixar de destacar em suas letras um pouco da realidade do povo e do artista nordestino tanto em suas brincadeiras como em sua luta pela sobrevivência.
A cantora já vem realizando esse show em outros espaços buscando uma mistura entre suas origens e a vasta produção musical contemporânea. O show tem sua linguagem enraizada na cultura popular maranhense, com fortes influências da música nordestina e um toque de contemporaneidade, com influências do reggae, do blues e do jazz.
Camila Reis é artista popular que dialoga com várias áreas (música, dança, cinema, teatro e literatura), participa e já participou de diversas manifestações da cultura popular maranhense e faz parte do grupo Laborarte. Desde criança teve contato com a cultura popular através de mestres como Dona Teté, Felipe de Sibá e Apolônio Melônio; estudou na Escola de Música da Maranhão (EMEM) onde fez curso técnico em música com habilitação em flauta transversal, em 2012, foi contemplada com a Bolsa Funarte de Aperfeiçoamento Técnico em Música, e realizou atividades de pesquisa e intercâmbio por 10 meses em Salvador (BA), onde estudou na Escola Baiana de Canto Popular e no Centro de Formação em Artes (Qualificação em Música).
No total, a programação do Arraial da Maria Aragão contará, até o dia 29 de junho, com 5 expressões cênicas, 5 manifestações mirim, 10 grupos de pé de serra, 10 grupos de dança, 17 shows, 30 grupos de tambor, 50 grupos de danças populares e 80 de bumba meu boi.
Programação
Dia 18 de junho (quinta-feira) – Dia Nacional do Tambor de Crioula
18h – Tambores Alegria do Maranhão, de Apolônio, Dominador da Ilha, Fé em Deus e Santa Fé
20h – Tambores Um Canto de Amor a São Luís, Encanto de São Benedito, Santa Bárbara, Turma dos Crioulos, Arte Nossa e Sandália de São Benedito
22h – Show de Camila Reis
23h – Boi Brilho da Amizade
0h – Boi Barbosa de Rosário
Dia 19 de junho (sexta-feira)
19h – Companhia Encantar
20h – Boi da Lua
21h – Show de Mano Borges
22h – Boi Novilho Branco
23h – Boi de Santa Fé
0h – Boi Pirilampo
1h – Boi Brilho da Ilha
Barracão do Forró
20h – Inaldo Bartolomeu
22h – Forró Cabozé
Saiba mais
Inscrito no Livro das Formas de Expressão, em 2007, o Tambor de Crioula do Maranhão é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira, realizada sem local específico ou calendário pré-fixado e praticada especialmente em louvor a São Benedito. Essa manifestação ocorre na maioria dos municípios do Maranhão, envolvendo uma dança circular feminina, canto e percussão de tambores. Dela participam as coreiras, conduzidas pelo ritmo intenso dos tambores e pelo influxo das toadas evocadas por tocadores e cantadores, culminando na punga ou umbigada – gesto característico, entendido como saudação e convite.
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