O nome de Tom Hardy está associado à imagem de resistência. O astro, no primeiro blockbuster da vida, Mad Max: Estrada da fúria, não desmereceu a aura que carrega. Ele se esforçou, se desdobrou e “assoprou muita poeira” durante as filmagens do deserto da Namibia. Com o corpo recoberto de lodo e óleo, o britânico teve que se adaptar a ter a pele pintada de laranja para cobrir a brancura. “Há uma enorme carga de carnificina da qual Max deve se livrar”, ressaltou o ator à revista Total film, ao tratar da psicologia do personagem que interpreta no filme.
“Mad Max mudará a minha vida, mas isso é irrelevante”, Tom já disse à imprensa espanhola, sublinhando a falta de pressa — num encontro que teve o atraso (ocasionado por ele) suficiente para uma partida inteirinha de futebol. Admirador do grupo de gangsta rap N.W.A. e de Jimi Hendrix — além de “ser alguém mais louco do que Mel Gibson” —, Hardy consegue ser surpreendente. Tomou por obrigação ser mais pancada do que Gibson e admite nunca ter visto O poderoso chefão, pela falta de “tempo para ser cinéfilo”. Prefere mesmo é “comer hambúrguer”, vício que lhe garante o porte para filmes como O lutador (2011) e Batman: o Cavaleiro das Trevas ressurge (2012), no qual se sobressaiu como o vilão Bane.
“Não há nada bacana em ser um super herói que machuca”, já afirmou o astro que, a partir de amanhã, ocupará mais salas de cinema, com a coprodução internacional Crimes ocultos. O misto de dor, pena e perigo — qualidades decifradas pelo diretor de Mad Max George Miller — teria dado as credenciais ao novo astro para dividir a tela com a forte personagem de Charlize Theron, a Imperatriz Furiosa. Na “superfície”, pelo que nota Hardy, Mad Max indicaria “excêntrico, selvagem e maluco” filme de superstar. Mas, ele teima em cavar outros acessos e trazer à tona um “mito grego, mergulhado numa espécie de terapia”.
Vingança
A capacidade de espalhar tensão de Hardy, tão bem captada pelo diretor Christopher Nolan em Batman, servirá como luva para um dos futuros trabalhos, The revenant (algo como “O que voltou da morte”), em que contracena com Leonardo DiCaprio. Na fita, com filmagens no Canadá conduzidas por Alejandro González Iñárritu (de Birdman), Hardy dá suporte à trama que coloca o astro de Titanic na pele de um homem sedento por vingança que, nos anos de 1820, ameaça aqueles envolvidos no seu completo abandono, mesmo depois de mortal ataque de um urso.