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John Madden, diretor de ‘O exótico Hotel Marigold’, fala sobre a sequência

“A primeira coisa que une tudo é a Índia e é um filme que fala com todo mundo”, define o inglês sobre o longa

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O diretor inglês John Madden esteve no Brasil na última semana para estrear o longa O exótico Hotel Marigold 2 na abertura do festival Cine PE, em Pernambuco. Nesta quinta-feira (7/5), o filme chega aos cinemas brasileiros. A sequência tem como foco a nova vida dos hóspedes, que passaram por uma fase de adaptação na Índia, unido a história de Sonny Kapoor (Dev Patel), o gerente que pretende expandir a franquia Marigold e acabou se tornando uma espécie de família para os personagens.
Durante a visita ao Brasil, Madden conversou por telefone com o Correio sobre a sequência do longa-metragem, que dessa vez, traz no elenco, além dos atores do filme anterior, o galã Richard Gere. “Quando escrevi o personagem não foi pensando nele. Mas quando estava pronto, tive a ideia de que Gere era perfeito para o papel. Ele respondeu rápido ao convite e está numa fase de participar da indústria de filmes independentes”, conta.
O primeiro filme foi baseado no livro These foolish things (Essa coisas tolas, em tradução livre), de Deborah Moggach. O segundo longa ainda tem alguma inspiração na obra?
Não, é uma história completamente nova. O primeiro filme não chegou a ser uma adaptação. Ele teve uma inspiração porque eu fiz algumas mudanças e coloquei novos personagens. Então, esse segundo longa tem um enredo novo.
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Quanto tempo se passou do primeiro filme para o segundo?
Na história, há uma diferença de seis meses entre os filmes. Mas na vida real, demoramos três anos para conseguir fazer o segundo longa-metragem.
É possível perceber uma mudança nos personagens no segundo filme. Como você os enxerga na sequência?
Quando pensamos no filme, queríamos muito contar as histórias desses personagens, que tiveram uma grande decisão de largar a vida convencional para viver na Índia. Primeiro há o choque cultural. Eles precisam lidar com essa cultura do país e também algumas definições dessa fase da vida. Tem muita coisa acontecendo no primeiro longa. No segundo, eles já fizeram a escolha certa e há um ar de melancolia de como a vida será, como eles estão. Mas não é um filme triste, porque é possível ver comédia dentro da melancolia.
O filme surpreendeu desde o primeiro por ter um elenco de peso. Como foi reunir todo esse pessoal de novo?
A primeira coisa que une tudo é a Índia e é um filme que fala com todo mundo. No primeiro longa, os atores responderam superbem ao projeto e tiveram um ótimo momento juntos. A repercussão com o público também foi maior do que esperávamos. Antes de pensar em continuar a história, nos sondamos o elenco sobre a possibilidade. Seria perda de tempo fazer uma sequência se eles não quisessem. Mas todos disseram que adorariam fazer novamente até porque eles têm muito a dizer relacionado ao filme. E acho que é legal esses atores fazerem um filme diferente do que estão acostumados.
O longa-metragem tem duas histórias diferentes juntas, que é o dia a dia dos hóspedes no hotel e os conflitos do Sonny e seus sonhos. Como foi unir esses dois mundos?
É porque os hóspedes se tornaram importantes nos sonhos do Sonny. A relação dele com os hóspedes se tornou a união desses dois núcleos. O exótico Hotel Marigold 2 é um filme sobre as diferenças entre as idades e sobre família. Essas pessoas não se conheciam no primeiro filme e na sequência eles já são uma família.
 
Como é gravar um filme na Índia?
Não é nada fácil, a Índia é um país caótico. Ao mesmo tempo é muito difícil capturar esse caos, que é preciso colocar no filme, porque é impossível se fazer invisível na Índia. Os indianos são pessoas ótimas, mas muito curiosas. Eles têm uma indústria cinematográfica muito grande e movimentada. Então, eles vêem uma câmera e já se reúnem ao redor. Isso torna a gravação difícil, mas é uma experiência ótima.
Existe a possibilidade de um terceiro filme?
Acho que seria ruim transformar em uma trilogia. Porque na verdade não vejo esses dois filmes como coisas diferentes. Não gosto nem de dizer que é uma sequência, eles são um par. Acho que começamos a contar a história no primeiro e no segundo fazemos a conclusão. Acho que um terceiro filme seria uma repetição, o que não seria bom para o filme e nem para o público.
No segundo filme, o ator Richard Gere é incorporado ao elenco original. Como surgiu esse convite?
Sempre o admirei. Quando escrevi o personagem não foi pensando nele. Mas quando estava pronto, tive a ideia de que Gere era perfeito para o papel. Ele respondeu rápido ao convite e está numa fase de participar da indústria de filmes independentes. Além disso, a Índia é algo que faz parte da vida dele há um tempo.
Em alguns momentos, o filme tem um ar de Bollywood. Isso foi intencional ou algo apenas porque foi gravado na Índia?
Foi totalmente intencional, porque os casamentos indianos são totalmente influenciados por Bollywood. As famílias ensaiam por semanas as coreografias e eles costumam gravar. A indústria de Bollywood significa muito na Índia. Pensamos que a conclusão do filme tinha tudo a ver com isso. E também, particularmente, amo essas músicas indianas. Acho que foi um ótimo jeito de concluir O exótico Hotel Marigold 2.
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