Entre as inúmeras listas publicadas na internet por cinéfilos de plantão, estão alguns rankings dos melhores filmes de catástrofes naturais, combinações de longas-metragens sobre vulcões, avalanches, furacões, tempestades. A partir desta quinta-feira, quando estreia ‘Terremoto: A falha de San Andreas’, muitas dúvidas devem surgir a respeito da inclusão ou não da megaprodução. Na trama, Dwayne Johnson interpreta líder de uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros, acionado para ajudar nas tragédias decorrentes do deslocamento de uma placa tectônica.
Embora o drama que costura a narrativa seja pouquíssimo convincente (uma verdadeira combinação de vários clichês hollywoodianos e pastiche de dramas familiares “mais sérios”), o filme cativa pelo clima apocalíptico, com tsunami gigantesco, dezenas de terremotos (entre eles o maior já registrado na história, com 9,7 na Escala Richter), desabamentos de arranha-céus. Quem for ao cinema em busca de sequências de tirar o fôlego em cenários repletos de efeitos especiais CGI, provavelmente vai adorar, mas somente se não ligar muito para verossimilhança (ponto forte de filmes como ‘Invencível’, baseado em fatos reais).
De tão orquestradas, as cenas de ação lembram um jogo de videogame. O acaso está sempre a favor dos heróis e das vítimas, ao disponibilizar – aleatoriamente – ferramentas, paraquedas, carro, barco e até um avião bimotor. Desde os primeiros minutos até os créditos subirem, o longa abusa extensivamente do ato de “escapar por um fio no último segundo”. Toda essa dinâmica, insisto, tanto pode desestimular os mais céticos/exigentes, quanto tornar o filme ainda mais divertido para quem está mais interessado nas catástrofes.
Em outros países onde o filme já entrou em cartaz, a recepção está sendo péssima, principalmente entre os críticos de cinema. A cotação no site RottenTomatoes é de 33%.
Confira trechos de algumas resenhas:
“Embora o retrato cheio de efeitos especiais de terremotos destruindo totalmente a Califórnia seja impressionante […], o desastrado suspense-catástrofe tem muitos problemas em outras áreas para constituir uma diversão satisfatória”. (Screen International)
“Um filme de desastre menos-que-básico sem peso emocional” (CinemaBlend)
“Depois de fornecer um suspense tolo e divertido, típico de filmes B, na primeira hora, o filme abusa do espetáculo […] e sofre de falta de invenção na segunda hora, mais preocupada em derrubar prédios um por um do que criar tensão sobre as vidas das pessoas dentro deles (…) O filme promete nada mais do que a destruição completa da Califórnia em CGI e o bíceps enorme do Dwayne Johnson sempre em primeiro plano, e oferece exatamente isso”. (Variety)
“Às vezes, ‘Terremoto’ é tão ruim que é engraçado, mas na maioria das vezes, é apenas ruim” (ComingSoon).