MOSTRA ARTÍSTICA

Fotógrafo Márcio Vasconcelos realiza exposição de artes em São Luís

Foto: Divulgação. Márcio Vasconcelos, autor da mostra, apresenta releituras do Poema Sujo, de Ferreira Gullar Visões de um poema sujo, a mais nova exposição do fotógrafo Márcio Vasconcelos, se propõe a ser uma releitura da cultuada obra de Ferreira Gullar, Poema Sujo, escrito pelo maranhense de maio a outubro de 1975, quando estava exilado em […]

Foto: Divulgação.


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Márcio Vasconcelos, autor da mostra, apresenta releituras do Poema Sujo, de Ferreira Gullar

Visões de um poema sujo, a mais nova exposição do fotógrafo Márcio Vasconcelos, se propõe a ser uma releitura da cultuada obra de Ferreira Gullar, Poema Sujo, escrito pelo maranhense de maio a outubro de 1975, quando estava exilado em Buenos Aires, durante a ditadura militar. As 60 fotografias que retratam a visão de Márcio, inspirada no livro de Gullar, estarão à disposição do público a partir de hoje, 28, às 19h, no Museu de Artes Visuais (Praia Grande).

São mulheres, objetos, lugares, situações… Imagens que revelam a São Luís de antigamente, mas também um outro lado do fotógrafo conhecido por seu trabalho documental e de pesquisa: o lado poético. “Há tempos já vinha namorando a coisa da fotografia com a poesia, literatura, querendo misturar as artes. Querendo mostrar a delicadeza da poesia e um trabalho mais voltado para a alma feminina. Acho que a poesia ajuda nisso. Essa exposição deve ser um marco nessa mistura que me propus fazer.
A mistura a que ele se refere é que além da fotografia, a abertura da exposição terá poesia, teatro, dança, performance e discotecagem de Jorge Choairy. O texto de apresentação da exposição é do poeta Celso Borges, que também dirige os atores Áurea Maranhão e Claudio Marconcine. O figurino é assinado por Claudio Vasconcelos.
Para essa mostra Márcio fez um sem número de fotografias. Percorreu ruas, becos e vielas do Centro Histórico e outras localidades de São Luís que retratassem trechos do poema. Deu a sua visão da obra. “Peguei fragmentos do poema, considerando a importância dessa obra que foi feita como se fosse o final da vida dele, o último. E queria mostrar a São Luís que ele tinha deixado, precisa falar da memória que ele tinha aos 7 anos. Ele achava que ia morrer em Buenos Aires, no exílio”, conta Márcio.
Márcio começou a ler o poema e passou a ver fotografia em tudo. Começou a destacar os fragmentos e quando percebeu tinha para mais de 80 marcados. “Aí fui para a rua. Mergulhei na cidade. Andava por São Luís e ficava imaginando o poema. Depois de 1 ano e meio comecei a fazer os agrupamentos de 3, 4 fotos, 10 fotos que comungam entre elas”, explica. Alguns agrupamentos reúnem sagrado e profano, por vezes despretensiosamente. Como um deles que mostra uma prostituta seminua ao lado de São Sebastião.
“Por isso a exposição se chama Visões de Um Poema Sujo. A São Luís que ele não fala, mas que acho que caberia dentro do poema estão fotografadas. Seu eu tivesse no exílio como veria a São Luís dos meus 7 anos? E sem legenda. Quem conhecer o poema vai identificar. Quem não conhecer acho que vai ter a curiosidade de querer conhecer”, aponta.
A exposição de Márcio é a conclusão do XIV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. O olhar do artista registra e reinventa a cidade do poeta, que nasceu e viveu em São Luís nos anos 30 e 40 do século 20. Para a exposição Márcio pediu a autorização de Ferreira Gullar, que de pronto, concedeu os direitos.
Estará presente na abertura uma curadora paulista, Mônica Schalik, pois o projeto já está aprovado na Lei Rouanet e posteriormente virará uma publicação e uma exposição no Centro Cultural de São Paulo.
 
A poesia na foto
Os textos de apresentação da exposição e do catálogo são de Celso Borges, que ainda dirige dois poemas visuais encenados pelos atores Áurea e Marconcine. Celso tem Ferreira Gullar como uma das suas influências de quando começou a escrever e recebeu o convite para participar do projeto com muito entusiasmo. “Esse livro foi minha influência. Gullar foi muito importante para a gente que começou a escrever naquela época, pois ele apresentou pra gente uma cidade nova. Foi uma grande descobert5a a da cidade pela poesia dele”, conta.
18 fragmentos do Poema Sujo foram escolhidos e segundo Celso, “não foi muito fácil porque é um poema só, não há uma separação”.
Na abertura os atores vão se reportar a trechos do Poema. Para a atriz Áurea Maranhão, que já tinha lido o livro anteriormente, estar nesse projeto deu a possibilidade dela se debruçar mais profundamente na obra.
“Para esse processo ele ia mandando as fotos para termos ideia de como íamos fazer. Tem uma brincadeira para o teatro. É uma performance que quisemos trazer ao máximo para a contemporaneidade, embora o poema tenho sido escrito na década de 70… E o Márcio conseguiu isso para o Maranhão de hoje. Vamos encenar o Poema Sujo. Dizer esse poema. Contracenar pertinho do público”, define a atriz.
Serviço
O quê? Exposição Visões de um poema sujo, de MárcioVasconcelos
Quando? 28 (quinta-feira), às 19h
Onde? Museu de Artes Visuais (Rua Portugal-Praia Grande)
Quanto? Aberto ao público
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