TEATRO

espetáculo teatral Adoráveis Margaridas que volta aos palcos da capital maranhense

Adoráveis Margaridas encena a história de irmãs que vivem em um abrigo e mostra um cotidiano de amor, abandono e superação

Duas irmãs revivendo a vida, lembrando de quando eram jovens, dois pais, do afeto, das relações. Uma noite que se passa no palco contando coisas do passado e projetando o futuro. Esses e outros assuntos tratados com muito bom humor permeiam o espetáculo teatral Adoráveis Margaridas que volta aos palcos no próximo sábado (9) e ainda nos dias 16 e 23 deste mês, sempre às 19h, no Teatro João do Vale (Praia Grande).
Adoráveis Margaridas tem texto de Ernan Ragan, direção de Wilson Chagas e assistência de direção de Hildemar Soares. A direção de produção é de Ione Coelho, também produtora do espetáculo junto com Fernando Braga.
Em cena os atores Fernando Braga e Jeferson Plácido vivem as Margaridas, duas velhinhas com idades beirando os setenta anos e que vivem em um abrigo. Uma só tem a companhia da outra. E muitas lembranças. A estreia atendeu às expectativas de atores, produção e toda a equipe. Segundo eles, o texto de Ernan Ragan conseguiu emocionar, fazer rir e causar reflexões.
“Os espectadores se emocionaram com o tema que é bem do cotidiano. História das irmãs que vivem em um abrigo e relembram histórias das vidas delas. Tem bucolismo, mas tem emoção, comédia falando de solidão, dos pais, das paixões, dos remédios, da velhice, enfim, tudo isso de forma bem humorada, porque além de tudo elas não querem morrer. Querem viver. E nós preparamos um cenário bacana, figurino, iluminação muito boa, tudo feito com muito carinho para o público”, conta Ione.
O texto é inédito e a ideia partir do ator Fernando Braga. A motivação para encená-la veio logo depois que ele voltou para São Luís no final do ano passado. “Era uma forma de eu restabelecer esse vínculo com São Luís, com a arte. É um projeto que tem como tema a velhice, bastante abordado no cinema, mas pouco tratado no teatro e fala de várias coisas, inclusive sexo – que ainda é um tabu na terceira idade-, fala de morte. Porque quando se é jovem pouco se fala, mas quando se vai envelhecendo esse assunto se torna mais recorrente. Tem a briga entre elas, que se amam e se odeiam ao mesmo tempo. Mas é tudo tratado com muita leveza, poesia, humor e emoção. As pessoas que viram se emocionaram, levaram alguma reflexão sobre o tema, então eu acho que o objetivo foi alcançado”, assegura Fernando. O ator também assina os cenários e objetos de cena do espetáculo. Para a direção foi convidado Wilson Chagas, há 15 anos a frente do Grupo de Teatro Gamar.
A história
No palco, duas Margaridas traduzem com humor suas experiências de vida e seus sofrimentos mais profundos. A solidão, companhia das irmãs que ainda cercadas de memórias vivem loucuras em apenas uma noite. As Margaridas encontram na amizade e nos laços fraternos a força necessária para enfrentar o asilo.
Deboche, música e sonhos, uma vida que elas não entendem, mas aceitam. “Na peça a solidão e o abandono são apresentados sem falsos pudores. Pelo contrário, é com humor que temas como sexo e morte são abordados. Durante o espetáculo as Margaridas prometem fazer rir e chorar com seu novelo de rimas, canções e lembranças”, disse o diretor Wilson Chagas.
A peça não pretende traduzir apenas uma situação do cotidiano de São Luís, mas da grande maioria das cidades brasileiras que ainda não aprenderam a lidar com as pessoas da terceira idade, em alguns casos, muitas casas de apoio, não possuem condições básicas para prestar um serviço digno que atenda suas necessidades.
O ator Jeferson Plácido interpreta a Margarida Primeira, irmã mais velha, mais alegre na vida, inclusive nas roupas que veste. Fernando Braga faz a Margarida Segunda, a mais nova e que acha que ganhou esse sobrenome porque a primeira Margarida não deu certo. “Ela é mais ranzinza, azeda, se acha melhor, a mais bonita…”, comenta Fernandro Braga.
O reencontro
A peça também é um reencontro no palco de dois grandes atores formados no Tema, companhia dirigida pelo saudoso Reynaldo Faray. Fernando Braga após seis anos entre o Rio de Janeiro e São Paulo vivendo a experiência de outros palcos, e participações em TV e Cinema, volta a se apresentar na cidade ao lado do Jeferson Plácido, ator que se destacou no Teatro Experimental do Maranhão (Tema).
“Eu reencontrei o Jeferson no ano passado quando estávamos na gravação do filme Nathy e após um tempo mostrei o texto pra ele, que gostou e daí começamos a trabalhar. Eu trabalhei com ele durante cinco anos no TEMA e nos reencontramos no palco”, conta Fernando.
Duas perguntas//Fernando Braga
Você está em cartaz com a peça, mas esta trabalhando no filme também?
“Sim. Nathy é uma produção minha com uma equipe mista, com produção de fora, mas elenco todo daqui e a previsão é que façamos a pré-estreia em maio no Cine Lume. Conta a história de um menino que foi deixado em uma boate e acaba crescendo ali. Ao completar dezoito anos ele resolve sair para ter outro tipo de vida, mas acaba não tendo ferramentas para lidar com a vida aqui fora e volta para a boate virando o maior transformista da boate”.
Você passou seis anos fora. Você acha que o teatro mudou em São Luís?
“Percebi que tem grupos maduros. Eu fui ver As Três Fiandeiras e vi um conceito muito bacana. Outros amigos que estavam fora do país estão voltando com uma linguagem nova. Ainda precisamos melhorar em relação ao público, que prefere dar valor ao que vem de fora, ou então só vai ao teatro quando uma produção local está muito badalada. Eu fico feliz quando vejo o público de Pão com Ovo, Uma Linda Quase Mulher, pois para essa linguagem estamos com um bom público. Aos poucos a gente está melhorando. Particularmente quanto ao nosso espetáculo eu fiquei muito feliz com a receptividade que tivemos na estreia”.
Ficha Técnica
Texto: Ernan Ragan
Direção: Wilson Chagas
Elenco: Jeferson Plácido e Fernando Braga
Direção de Produção: Ione Coelho
Produtores: Ione Coelho e Fernando Braga
Realização: rodaPé Produções
SERVIÇO
O quê? Espetáculo Teatral Adoráveis Margaridas
Quando? Dias 9, 16 e 23 de maio, sempre às 19h
Onde? Teatro João do Vale (Centro Histórico)
Quanto? R$ 20
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