CINEMA

Em crise, a indústria de filmes de terror aposta em remakes

Garantia de boas bilheterias no passado, o gênero luta para recuperar espaço no mercado

Poltergeist
Há 16 anos, quando Haley Joel Osment estrelava no filme O sexto sentido, ao lado de Bruce Willis, o cinema assistia àquele que seria um marco na história do gênero de terror. Com uma das maiores bilheterias da história das películas do gênero, o ano de 1999 marcou a última vez que um longa do segmento figurou nas 10 primeiras posições de arrecadação mundial, com US$ 672 milhões. Desde então, é possível notar a ausência de estrelas protagonizando as produções e uma queda considerável na arrecadação em bilheterias. O cinema de terror tem modificado as próprias estratégias, debruçando-se sobre nichos específicos e investindo em películas de baixo custo de produção, a fim de buscar rentabilidade e retornos de audiência que possibilitem novas produções.
O clássico Poltergeist ganhou nova versão para tentar alavancar os números do terror. A produção estreia hoje na capital federal. Outra alternativa empregada nos últimos anos nos filmes de terror tem sido o apelo a orçamentos mais baixos, como na franquia Atividade Paranormal, cujo investimento inicial foi de aproximadamente US$ 15 mil e alcançou um retorno de quase US$ 194 milhões em todo mundo (US$ 107 milhões nos EUA) – tornando-se assim o filme mais rentável da história. No entanto, as sequências da franquia parece ter sofrido um esgotamento, visto que o quinto filme produzido não ultrapassou a casa dos US$ 35 milhões – Atividade paranormal 5 estreia neste ano no Brasil.
Para o produtor Armando Fonseca, o atual cenário é mais complexo e outros aspectos devem ser levados em consideração. “Atualmente, ainda que alguns filmes sejam esmagadores nos ganhos, como os Vingadores, por exemplo, ninguém mais é obrigado a se confinar em salas de cinema para assistir a filmes.” O produtor faz referência aos novos meios de se consumir filmes, como as plataformas de streaming.
No entanto, Fonseca afirma que os espaços dedicados ao desenvolvimento do gênero e à subgêneros do terror são diminutos, atrasando o desenvolvimento das produções. “O cinema tem mudado muito. As dificuldades existem, mas é possível achar vários nichos dentro do terror. O nosso escape tem sido produzir filmes e passar em todas as janelas possíveis, como em festivais”, explica.
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