Cannes

Documentário sobre Amy Winehouse emociona e Gus Van Sant é vaiado em Cannes

As letras das músicas de Amy são o fio condutor do filme, que revela imagens inéditas, sobretudo, gravações da própria família

“Se pudesse dar tudo em troca de poder caminhar tranquila pelas ruas, eu faria isso”: confessa Amy Winehouse por telefone à amiga de infância, na véspera de sua morte em 2011, por abuso de álcool.
Apresentado em Cannes fora da competição, este comovente documentário com testemunhos inéditos mostra a trágica vida da diva do soul, morta no auge de sua carreira, aos 27 anos.
Documentário sobre Amy Winehouse emociona em Cannes
O diretor britânico Asif Kapadia levou dois anos para convencer a família de Amya falar com ele diante das câmeras. Kapadia já havia sido premiado com o Bafta de melhor documentário por um primeiro filme sobre outra lenda, o piloto de F1 Ayrton Senna (“Senna”, 2010). O Bafta é considerado o Oscar do cinema britânico.
 
As letras das músicas de Amy são o fio condutor do filme, que revela imagens inéditas, sobretudo, gravações da própria família.
 
Gus Van Sant é vaiado
Vaias e críticas devastadoras: “Sea of trees”, o último filme do cineasta americano Gus Van Sant com Matthew McConaughey e Naomi Watts, foi mal recebido neste sábado pela crítica em Cannes, onde disputa a Palma de Ouro.
"Sea of trees" é vaiado
Bastante esperado, o filme do diretor de “Elefante” (Palma de Ouro, Cannes, 2003) conta a história de dois homens que decidem se suicidar no bosque Aokigahara, aos pés do Monte Fuji, no Japão.
O americano Arthur Brennan (Matthew McConaughey) está prestes a pôr fim à própria vida, nesse bosque conhecido por ser um lugar de suicídios, quando cruza com um homem ferido (Ken Watanabe) e decide ajudá-lo.
Os dois acabam concordando em sair da floresta, enquanto uma série de “flashbacks” remete o espectador à vida de Arthur Brennan e sua mulher, Naomi Watts, mostrando a origem de sua dor.
Essa história de sobrevivência e reconstrução se articula em torno do périplo desses dois homens na mata, um lugar preenchido com espiritualidade e com o diálogo entre ambos – o que, talvez, permita-lhes se reconciliarem com eles mesmos.
Apesar da expectativa, o 16º longa de Gus Van Sant, de 62 anos, não convenceu.
A “Variety” classifica o filme como “interminável” e se pergunta em virtude de “que impenetrável mistério” esse longa “abortado” conseguiu “chegar à competição oficial de Cannes”.
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, “Sea of trees” é “um melodrama patético”, em que Gus Van Sant “cai no sentimentalismo” e “uma direção ao mesmo tempo comercial e melosa”.
 
Yokichi Nakagawa, decano dos jornalistas
Sua primeira lembrança de Cannes? “A árvore dos tamancos”, de Ermanno Olmi, Palma de Ouro em 1978.
Desde então, o jornalista japonês Yokichi Nakagawa, de 73, nunca perdeu um ano da Croisette e cobre a 68ª edição de Cannes como o decano entre os mais de quatro mil jornalistas presentes. Este é seu 38º Festival.
“É cansativo, mas continua me atraindo como antes”, confessa o cinéfilo japonês.
Quase 40 anos depois, sua paixão permanece intacta, alimentada pela esperança de descobrir novos tesouros entre os cerca de 40 filmes exibidos durante os 12 dias do evento.
“Os da seleção oficial, claro, mas também outros de ‘Um certo olhar’, que permite descobrir novos talentos”, explica o correspondente do “Shinbun Akahata”, órgão do Partido Comunista japonês, com tiragem de 3 milhões de exemplares.
Entre as milhares de histórias, ele se lembra, por exemplo, da Palma de Ouro de 1979, atribuída “ex-aequo” a “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola, e a “Le tambour”, de Volker Schlöndorff.
“Foi injusto para “Le tambour”, avalia Yokichi Nakagawa, alegando que o filme de Coppola se beneficiou “de um bombardeio midiático à americana”.
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