Farrokh Pluto Bulsara. O nome de origem indiana não soa familiar ao público. Trocando pela alcunha artística de Freddie Mercury, a situação se inverte por completo. Uma das figuras mais emblemáticas do rock mundial, o líder da banda Queen era dono de personalidade carregada de dualidades. Quem o assistia nos palcos encontrava um frontman seguro, excêntrico e cheio de energia. Longe deles, havia um homem reservado, inseguro e, se necessário, cruel.
Fascinada pela genialidade do cantor, a escritora escocesa Laura Jackson se debruçou sobre a vida e a carreira de Freddie Mercury. Baseada em conversas com amigos e músicos que convivem com o astro, construiu a narrativa da obra homônima lançada esse mês no Brasil pela editora Record. Com diversas fotos, o trunfo da publicação reside na narrativa concisa e que, em poucas páginas, transporta o leitor à intimidade do cantor.
“Propus-me a capturar a essência dele como homem e mapear as fases cruciais, os momentos mais importantes de sua vida”, explica a autora em entrevista ao Correio. Do início conturbado do Queen, quando sofreu críticas pesadas devido ao ecletismo musical, até a morte, em 1991, vítima de Aids.
Freddie não é o primeiro astro a ser perfilado por Jackson. Ao longo das duas décadas de carreira, a escocesa ficou conhecida pela literatura musical. Bon Jovi, Steven Tyler e Bono Vox já foram tema de livros dela. No entanto, reserva ao recém-lançado livro um apreço considerável: “Freddie foi, em um sentido verdadeiro, um homem fascinante, com inúmeras facetas de sua personalidade. De certa forma, ele nasceu para o sucesso. Ele nunca conseguiria ter uma vida normal”.
Jackson era adolescente quando surpreendeu-se com o clipe de Bohemian rhapsody. Depois de assistir a uma entrevista de um “insolente” Mercury numa emissora de tevê britânica, ela sentiu a necessidade de conhecer sobre o homem por trás do mito.