Comédia, drama, suspense, policial. Os diversos gêneros da sétima arte se unem na obra imortal de Alfred Hitchcock. Mas foi com o suspense que o cineasta atingiu o estrelato. Dono de um estilo único de gravar, Hitchcock ficou conhecido como “Mestre do Suspense”. 35 anos depois de sua morte, aos 80 anos, o legado do cineasta continua vivo através de remakes e longas sobre os bastidores dos filmes.
Em 2012, o filme Hitchcock apresentou a rotina de filmagens de ‘Psicose’ (1960). Com um Anthony Hopkins impressionantemente parecido com o diretor, o longa mostrou um lado pouco conhecido de Alfred Hitchcock. Um cineasta que estava disposto a ultrapassar até limites morais para obter o resultado esperado dos atores.
Ainda em 2015, foi anunciado que Ben Affleck deve protagonizar o remake de ‘Pacto sinistro’ (1951). Os lançamentos provam que a obra e o estilo de Hitchcock ainda têm influência nas produções atuais. Ele inovou, por exemplo, ao mostrar para Hollywood que, às vezes, esconder assusta mais do que mostrar. Técnica aplicada em Psicose, onde, por exemplo, não se vê a cara do assassino até o final.
Já em ‘Festim diabólico’ (1948), ele mostrou que o importante não é o “quem matou?”, mostrando logo no início os responsáveis pelo crime que movimenta a trama, mas sim as consequências dramáticas de mostrar a revelação ao espectador, mas não aos personagens.
Apesar de ser idolatrado por fãs e cineastas no mundo todo, Hitchcock foi esnobado pela Academia, nunca ganhando um Oscar por Melhor Diretor. Mas o legado vive, no suspense ou no drama. Vida longa ao mestre.
+ Os indispensáveis
‘Festim diabólico’ (1948)
Primeiro filme de Hitchcock a ser gravado em cores, acompanha a trama de dois amigos que matam um colega, escondendo o corpo em um grande baú, que posteriormente será usado como mesa em uma festa com a família da longa. Conta com o ator James Stewart, parceiro de Hitchcock em vários projetos. A maneira inovadora como o longa foi filmado é até hoje elogiada. Ele consiste em uma série de lonhos planos-sequência, ou seja, planos nos quais não há cortes de câmera.
‘Janela Indiscreta’ (1954)
Mais um com James Stewart. A trama acompanha o fotógrafo Jeff Jefferies que, após sofrer um acidente, se vê obrigado a ficar de repouso, com a perna quebrada. A rotina monótona leva Jefferies a observar sua vizinhança. Tudo muda quando ele começa a suspeitar que um dos vizinhos pode na verdade ser um assassino. Conta também com a musa Grace Kelly.
‘Um corpo que cai’ (1958)
Mais uma vez, James Stewart! Desta vez ele dá vida ao investigador John Ferguson, que sofre com forte vertigem, além de um terrível medo de alturas. Ele é contratado por um marido desconfiado para seguir sua esposa (Kim Novak), que anda com um comportamento esquisito. A estética do filme serviu de inspiração até para o clipe Last cup of sorrow, da banda Faith No More.
‘Psicose’ (1960)
Talvez o maior clássico de Hitchcock, e um dos mais lembrados nas listas de melhores filmes de todos os tempos, o longa acompanha o pacato Norman Bates, dono de um motel. À primeira vista, um cara normal, esquisitinho, Norman logo se revela uma pessoa perturbada, sofrendo com crises de dupla identidade. Para completar, a “mãe” de Norman influencia as decisões dele, levando até ao grande assassinato do filme, na clássica “cena do chuveiro”.
‘Os Pássaros’ (1963)
Em uma das raras incursões pelo terror, Hitchcock explorou como seria um ataque de pássaros raivosos a uma cidade. O longa serviu de inspiração até para filmes atuais do gênero, como Invocação do Mal.