REVOLTA ESTUDANTIL

Estudantes manifestam contra suposta fraude em eleições da UEMA; instituição esclarece

Estudantes denunciam processo de eleição para escolha de nova reitoria; a instituição fez esclarecimento através de nota oficial.

A manifestação começou às 8h30 desta terça-feira (13). (Foto: Divulgação)

Durante a manhã desta terça-feira (13), estudantes da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), campus São Luís, foram para a entrada da instituição protestar contra uma suposta fraude no resultado das eleições para reitor e vice-reitor, que foi divulgado na noite da segunda-feira (12).

A chapa vencedora da votação foi a 3, composta por Walter Canalles e Paulo Cantuda. Segundo os estudantes, as chapas que ficaram na segunda e terceira colocação são desconhecidas do público estudantil.

As votações foram feitas através do Sistema Integrado de Gestão da UEMA (SIGUEMA), canal utilizado para as atividades de organização e comunicação da universidade com a comunidade acadêmica. A gestão da universidade desenvolveu sozinha o sistema de votação.

Para Josewania Coelho, Presidente do DCE da Universidade Estadual do Maranhão, as eleições não representam o corpo estudantil e a comunidade acadêmica. “Essas chapas que foram eleitas foram justamente as chapas que fugiram do debate na semana passada e não apresentam compromisso com a Universidade e, principalmente, com os estudantes”.

Durante o ato, que questiona a legitimidade do processo, houve manifestação de diversas insatisfações com a forma como foram conduzidas as eleições, havendo falta de paridade de votos, ressaltando que o peso do voto estudantil é de apenas 15%, enquanto professores possuem 70% do peso na votação.

Os estudantes ainda relatam que esta denuncia de irregularidade não é a única observada pelo corpo discente, outros indícios de fraudes também foram apontados como uso dos canais oficiais de comunicação da instituição de ensino superior para campanha de chapa, publicações frequentes em apoio a chapa 3, intimidação e assédio de apoiadores.

O estudante Umaitan Ferreira Jr, participante do Do Centro Acadêmico de Filosofia, denuncia a situação como “um processo viciado”. Para o graduando em filosofia as chapas se configuram como “laranjas”, por não terem realizado campanha nos campus da UEMA.

Por fim, Umaitan finaliza pedindo que às demandas estudantis sejam atendidas. “Com tudo isso, nós estamos reivindicando a anulação imediata das eleições, para que seja feito um novo processo eleitoral, democrático e transparente. Nós também estamos reivindicando, como estudantes, a paridade de votos, que estes tenham peso equivalente aos dos professores e técnicos administrativos”, pontua o graduando.

As manifestações ganharam força nas redes sociais com a hashtag #fraudenauema, usada para divulgar e reconhecer a voz estudantil.

A instituição encaminhou nota esclarecendo o tema e direcionado alguns pontos importantes da manifestação. Leia na íntegra a informação adicional.

Fonte: UEMA
13/09/2022

A Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) informa que, com relação à alegada surpresa relatada com a votação das chapas, que ficaram em segundo e terceiro lugar, ressalta-se que a votação foi fidedigna em relação à vontade dos eleitores, em que cada um exerceu no sistema o seu direito ao voto, podendo votar em até três chapas e o sistema realizou a apuração. Todos os candidatos tiveram o mesmo tempo e as mesmas oportunidades de se apresentarem à comunidade acadêmica.

No que diz respeito à representatividade da classe estudantil, pontua-se que os discentes possuem dois representantes indicados na Comissão Eleitoral, conforme a Portaria nº. 465/2022 – GR/UEMA, alterada pela Portaria nº 598/2022-GR/UEMA, de modo que inexiste irregularidade no processo eleitoral, respeitada a norma regimental.

Quanto às denúncias de uso de canais oficiais e intimidação e assédio, nenhuma chapa, até a presente data, formalizou o fato. Já com relação ao tempo de realização do processo eleitoral, o cronograma para composição da Lista Tríplice para escolha do reitor e vice-reitor da instituição foi estruturado de acordo com a Resolução nº 363/2022 – CAD/UEMA, regimento da Reitoria, assim como em todas as eleições anteriores, tendo sido convocada em 28 de junho de 2022, em reunião do Conselho Universitário – Consun, portanto com 76 dias de antecedência da data de sua realização, designando o prazo de 31 dias para a campanha, só para citar um elemento do mesmo (cerca de 15 dias a menos do que a campanha para Presidente da República), e durante o pleno funcionamento da instituição.

Quanto à participação dos estudantes nos processos decisórios, a UEMA reitera que houve respeito à norma regulamentadora, no caso, a Resolução nº 363/2022 – CAD/UEMA, regimento da Reitoria, pois, como já dito, a Comissão tem dois dos seus membros da classe discente.

O SIGEleição, utilizado no pleito, é um sistema de propriedade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e já foi utilizado em eleições de várias universidades federais e estaduais, inclusive na Uemasul. O sistema garante que os votos registrados sejam sigilosos, não permitindo alteração destes, garantindo sua inviolabilidade e a integridade do processo eleitoral, pois diversos mecanismos de segurança foram implementados. Portanto, o sistema utilizado na eleição não foi desenvolvido pela Uema, mas sim, pela SIG Software & Consultoria em Tecnologia da Informação Ltda., empresa contratada pela Uema (Contrato nº 059/2022-UEMA).

Com relação aos supostos problemas relatados no sistema de votação nas eleições testes, o objetivo é exatamente simular uma situação real para verificar se existem falhas ou inconsistências, viabilizando a resolutividade a tempo. Antes do pleito, a universidade realizou três eleições simuladas, com ampla participação. Houve uma falha, prontamente corrigida pela referida empresa no primeiro teste. Posteriormente, houve duas eleições-testes sem que nenhum problema tenha ocorrido.

Por fim, a UEMA afirma que a eleição ocorrida no dia 12 de setembro de 2022 transcorreu de forma harmoniosa e tranquila, com a presença e acompanhamento de todas as chapas e fiscais por elas designados, não havendo qualquer reclamação no transcurso da eleição, bem como indício de fraude no resultado do processo de votação.

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