Pandemia: Combate sem trégua à evasão escolar
A ação deflagrada no Maranhão busca construir uma rede de promoção da assiduidade e do combate ao abandono e à evasão nas escolas estaduais

Foto: Arquivo/ Diário do Aço.
Organismos nacionais internacionais ligados à Educação e à Infância com, por exemplo, o Fundo das nações Unidas para a Infância (Unicef) buscam enfrentar a questão gravíssima da evasão escolar em tempo de pandemia do coronavírus, tudo no ambiente de crises e emergência. A Secretaria da Educação do Maranhão em parceria com o Unicef está atuando no enfrentamento dessa situação desde agosto de 2020.
A ação busca construir uma rede de promoção da assiduidade e do combate ao abandono e à evasão nas escolas estaduais. Antes da parceria, alguns municípios do Maranhão já colocavam em prática a iniciativa da Busca Ativa, que se tornou política estadual em agosto de 2019. No Maranhão, a iniciativa tem duas frentes básicas de trabalho: a busca pelo estudante (a captação e a inserção dele na escola, com a matrícula) e a implantação de estratégias para a permanência na escola.
A partir dos sinais de que o estudante pode ter abandonado os estudos, adota-se a estratégia de ir à família do educando. É tentar uma conversa com o aluno e a sua família para compreender por que ele saiu da escola e se precisa de um encaminhamento ou não para a rede de proteção. Em seguida, efetua-se a rematrícula desse aluno e o acompanhamento constante para ter certeza de que ele não vai se evadir de novo da rede.
Dados importantes
O governo do estado do Maranhão aderiu ao Busca Ativa Escolar (BAE) em 28 de agosto de 2019 e passou a inserir, nas ações do Pacto pela Aprendizagem, a formação dos professores e o acompanhamento dos munícipios no desenvolvimento de estratégias conjuntas para o combate da evasão escolar.
Em 2019, houve a formação de todos os municípios adidos sobre as temáticas da Busca Ativa Escolar, dos quais participaram aproximadamente oito mil profissionais.
Dos 217 municípios do Estado, atualmente 202 aderiram ao Busca Ativa Escolar, com 61 cidades já tendo atingido a meta de 20% de rematrícula estabelecida pelo Selo UNICEF, efetivando a inclusão escolar de aproximadamente 6.300 crianças e adolescentes (de agosto de 2019 até outubro de 2020). Hoje, eles acompanham as atividades da escola, recebendo toda a orientação necessária para sanar os efeitos da causa que os levaram ao processo de evasão. É um trabalho exaustivo mais compensador, dizem os profissionais da área.
De acordo com Fernanda Ferraz, supervisora do regime de colaboração com os municípios, foi o melhor resultado alcançado, de BAE, dentro dos estados do território amazônico (Norte / Nordeste). Um dos pontos mais fortes das ações do BAE foi a promoção do desenvolvimento de ações articuladas e multissetoriais para garantir o alcance das crianças e adolescentes, especialmente os que estão fora da escola.
Pacto pela aprendizagem
Outro ponto decisivo para o sucesso do BAE, no Maranhão, foi a tomada de decisão da Secretaria da Educação em incorporar a BAE ao Pacto pelo Fortalecimento da Aprendizagem. Formação de Professores, em parceria com as redes municipais de ensino, ação interligada com a Busca Ativa Escolar. Fernanda Ferraz diz que dentro da estrutura da SEDUC existem as Unidades Regionais. Nelas, há articuladores com quem são feitas as formações em nível estadual.
Esses articuladores são responsáveis por multiplicar e conduzir as formações em nível municipal. Ela reforça que a formação dos professores tem sido realizada muito integrada à Busca Ativa Escolar. “Desde o ano passado, a gente trouxe para a nossa pauta formativa, de formação continuada com os professores (estaduais e municipais), a Busca Ativa. Nós inserimos como uma atividade nossa, de formação. Por isso, houve um grande envolvimento dos municípios”, destaca Fernanda.
Uma observação que Fernanda Ferraz destaca: “O município ainda está na fase da busca ativa e da continuação do processo de ensino e de aprendizagem no ensino remoto”. Para ela, o estado tem focado forças na busca ativa e que ainda não houve passos relevantes no processo da recuperação de defasagem escolar, ocasionada pela pandemia. Ela acrescentou que o Estado não implantou o ensino híbrido, e deve continuar com o ensino remoto durante ainda por algum tempo.