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Como estudar no exterior de maneira paga e gratuita

O desejo de expandir conhecimento e ter um diferencial no currículo é o que motiva cada vez mais a procura pelo processo da mobilidade acadêmica

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Estudando Direito na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Fernanda Trindade viu a sua vida mudar em 2018, quando foi aprovada no edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), que selecionou alunos de graduação e pós-graduação para estagiar por até três meses em empresas ou universidades no exterior. No caso de Fernanda, a jovem optou pela Espanha.

“Eu e uma outra amiga, que também faz parte do mesmo grupo de pesquisa que eu, decidimos concorrer a uma dessas bolsas, já que cada projeto poderia ter até três estudantes. Em outubro de 2018 saiu o resultado, e tivemos a segunda maior nota na colocação geral.”

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Vivendo uma experiência que qualifica como enriquecedora para a sua vida acadêmica, Fernanda realizou o sonho de boa parte dos brasileiros, estudar em outro país com tudo pago. E esse desejo de expandir conhecimento e ter um diferencial no currículo é o que motiva cada vez mais a procura pelo processo da mobilidade acadêmica, ou seja, estudar em alguma instituição de ensino no exterior.

Para a professora Josie Bastos, coordenadora da Divisão de Intercâmbio e Mobilidade (DIM) do Núcleo de Relações Internacionais (NRI) da UFMA, o primeiro passo para quem deseja estudar fora é decidir o que pretende fazer ou em qual área deseja atuar no país de destino, já que existem diversas possibilidades, como estágio de três meses, mestrado, doutorado, doutorado sanduíche ou um curso de línguas.

“Há diversas formas de estudar em outro país, e quando o aluno já tem o seu objetivo, é preciso que ele se volte para o planejamento financeiro. É importante que ele se faça algumas perguntas básicas, como: eu posso pagar? Alguém pode pagar? Eu preciso de recursos externos? Como eu poderia conseguir esses recursos externos? A partir daí o aluno já tem uma noção de quais bolsas ou quais intercâmbios ele precisa procurar. Os editais são uma boa forma de conseguir custear e manter essa internacionalização, mas é preciso ficar atento e se preparar com antecedência para se candidatar a vaga”, afirma a coordenadora

Instituições como a FAPEMA e a Estudar Fora, que faz parte da Fundação Estudar, são algumas das opções para se informar sobre editais e bolsas integrais e parciais oferecidas pelas instituições de ensino de outros países ou por programas de incentivo ao estudo, como o Programa Fulbright, que oferece bolsas de pós-graduação em universidade americanas. Outra alternativa para quem já tem recursos para bancar a internacionalização é procurar as agências de intercâmbio, elas oferecem pacotes que incluem hospedagem, seguro viagem, consultoria e outros benefícios.  

“É muito importante ficar atento aos critérios para se candidatar ao edital, principalmente por causa da língua, pois a maioria exige exames de proficiência da língua do país de destino para saber se o aluno vai conseguir acompanhar as aulas e absorver o conteúdo ensinado”, destaca a professora Josie Bastos.

Para quem deseja estudar em um país de língua inglesa, os testes mais comuns são TOEFL e IELTS, que custam até R$ 700 e que podem ser prestados a qualquer momento. Para países que têm o espanhol como língua oficial também existem duas possibilidades, o DELE e o SIELE, com valores que giram em torno de R$ 450, podendo ser prestados somente dentro do cronograma estabelecido. E quem pretende ir para França, o DELF e DALF são os principais exames aqui no Brasil, sendo aplicado duas vezes ao ano pela Aliança Francesa, e custando R$ 172, mas podendo chegar até R$ 612.

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No caso da Fernanda, o espanhol não foi uma barreira para jovem, que ainda na escola fez um intercâmbio, também financiado, para a Argentina.

“Como eu era estudante de escola pública, consegui ir para outro país com tudo pago, o que foi um sonho, já que eu não tinha condições financeiras para custear uma viagem internacional. Essa experiência foi fundamental para eu conseguir me adaptar na Espanha, principalmente por causa da língua, que era a mesma”, afirmou.

Apesar de alguns editais custear toda a viagem e estudos do aluno, a documentação é de total responsabilidade do estudante, que precisa tirar o passaporte, na Polícia Federal, e às vezes o visto, dependendo do território. No caso dos Estados Unidos, destino mais procurado, existem três modalidades de visto: Visto F, para quem pretende fazer graduação, pós, doutorado ou curso de inglês; Visto J, voltado para programas de pesquisa; e Visto B1/B2, indicado para quem vai fazer um curso de curta duração.

Após todos os trâmites financeiros e da documentação, é preciso que o aluno fique atento ao contexto social que será inserido. Conhecer o estilo de vida, como são feitas as transferências bancárias no país de destino, como funciona o transporte público são pontos essenciais para serem analisados antes de embarcar, diminuindo as chances de viver situações desconfortáveis e até mesmo traumáticas.

“Quando você estuda em outro país você não tem apenas benefícios acadêmicos e curriculares, mas também tem grandes experiências sociais. Você percebe que existem outras formas de se viver, existem outras maneiras de se pensar, você abre o seu campo de conhecimento. Além disso, você trabalha recursos que estando aqui no Brasil você não teria que recorrer, ou seja, desenvolve habilidades de comunicação, de planejamento, de gestão e de autonomia, pois são aptidões necessárias na internacionalização, já que está em um cenário totalmente diferente”, aponta a professora Josie Bastos.

Para Fernanda Teixeira todo o processo de internacionalização valeu a pena, principalmente para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

“No meu caso que sou estudante de direito, todo o meu interesse é na pesquisa e na produção acadêmica na área de direitos humanos e direito internacional. Sem dúvida alguma o intercâmbio acadêmico nos coloca na linha de frente quando objetivamos seguir vida acadêmica pós formatura. Pretendo ser professora na universidade e para isso necessito estar constantemente em contato com a pesquisa. Essa viagem foi um passo inicial.”

Para mais informações sobre como estudar no exterior, acesse: https://www.estudarfora.org.br/

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