Inflação do país atinge 1,31% em fevereiro devido ao impacto da energia elétrica
Este é o resultado mais alto desde março de 2022, quando atingiu 1,62%.

Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPCA), atingiu 1,31% em fevereiro. Este é o resultado mais alto desde março de 2022, quando atingiu 1,62%, e o mais elevado para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (12) que, no período acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu 5,06%, o valor mais elevado desde setembro de 2023 (5,19%), superando a meta governamental de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que corresponde a um intervalo de 1,5% a 4,5%.
A elevação de 16,8% na tarifa de energia elétrica foi o fator que mais impactou a inflação. Esta alteração tem um efeito de 0,56 ponto percentual sobre o índice. A razão reside no efeito estatístico gerado pelo fim do Bônus Itaipu, um desconto concedido aos brasileiros na conta de luz em janeiro, que resultou em uma inflação de 0,16% naquele mês.
“Essa alta se deu em razão do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro. Com isso, o subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro”, explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Sem o desconto em fevereiro, o custo da eletricidade dispara no mês seguinte. Isso resultou na elevação do item habitação de -3,08% em janeiro para 4,44% em fevereiro, gerando o maior impacto inflacionário do mês (0,65 ponto percentual).

Educação
Já o segundo fator que influenciou a inflação em fevereiro foi a educação, com alta de 4,70% e impacto de 0,28 p.p. no índice geral. Fernando explica que esse aumento se deu em razão dos reajustes nas mensalidades escolares praticados no início do ano letivo, com destaque para ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
Alimentação e bebidas
O grupo Alimentação e Bebidas, com variação de 0,70%, desacelerou no aumento dos preços em relação ao mês de janeiro (0,96%). Entre as altas, destacam-se o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%). No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).
“O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta”, esclarece o gerente.
Transportes
O grupo Transportes, com 0,61% de variação, também desacelerou em relação a janeiro (1,30%). Com reajuste no ICMS, o resultado foi influenciado pelo aumento nos combustíveis (2,89%): óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%).
Destaca-se que a gasolina, devido ao seu peso, exerceu o segundo maior impacto individual no índice, com 0,14 p.p. Apenas o gás veicular (-0,52%) apresentou redução.
Os demais grupos apresentaram os seguintes resultados: Artigos de residência (0,44%), Vestuário (0,00%), Saúde e cuidados pessoais (0,49%), Despesas pessoais (0,13%) e Comunicação (0,17%)
INPC tem alta de 1,48% em fevereiro
A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 1,48% em fevereiro, após registrar variação nula em janeiro. Esta foi a maior variação para fevereiro desde 2003 (1,46%) e o maior resultado desde março de 2022 (1,71%).
No ano, o acumulado é de 1,48% e, nos últimos 12 meses, de 4,87%, acima dos 4,17% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Os produtos alimentícios desaceleraram de janeiro (0,99%) para fevereiro (0,75%). Já a variação dos não alimentícios passou de -0,33% em janeiro para 1,72% em fevereiro. O gerente explica que o peso da energia elétrica é maior no INPC. Já os cursos regulares pesam mais no IPCA.
*Fonte: IBGE e Agência Brasil