Pela primeira vez desde novembro, o dólar encerrou a semana abaixo de R$ 5,70
Enquanto o dólar registrou queda, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo teve uma expressiva alta de 2,70%, aos 128.218 pontos, em dia que contou com valorização de quase todas as ações listadas na bolsa.
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Foto: Reprodução/REUTERS/Rick Wilking
O câmbio continua a cair em 2025, com o real brasileiro exibindo uma nova tendência de valorização semanal. O dólar encerrou a sexta-feira (14) com uma queda de 1,26%, sendo negociado a R$ 5,696 no fechamento do último pregão da semana. Portanto, o valor do dólar em relação ao real cai pela primeira vez desde o dia 8 de novembro de 2024.
Durante a semana, o dólar registrou uma queda de 1,65%, resultando em uma desvalorização de aproximadamente 10 centavos. Desde o começo do ano, o dólar acumula uma queda de quase 8%. Nesta sexta-feira (14), outras moedas também perderam valor em relação ao real, como o euro, que perdeu 0,69% para R$ 5,97, e a libra, que perdeu 0,92% para R$ 7,17.
A percepção positiva dos mercados se deve a uma série de fatores, na percepção de analistas do mercado financeiro. A nível externo, o fato de as tarifas impostas pelos EUA a outros países não entrarem em vigor imediatamente teve um peso positivo para o Brasil, além do avanço das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, com o conflito se aproximando do aniversário de três anos.
“A curva de juros futuro também arrefeceu na ponta longa da curva mostrando um pouquinho mais de otimismo e também há dúvidas nessa questão do tarifaço, principalmente porque o Trump está voltando os canhões, principalmente, para México e Canadá e o fluxo de capital acaba, talvez, revendo as suas locações e deslocando um pouco para o Brasil”, avalia o economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva.
Percepção sobre Lula
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se destacou como um dos principais personagens do dia. No começo do dia, em uma entrevista à Rádio Clube do Pará, o presidente da República declarou que a economia surpreendeu nos últimos dois anos. Ele também garantiu que não cometerá excessos na gestão fiscal em 2025, após um final de ano conturbado para o governo.
Além disso, analistas também acreditam que o mercado recebeu positivamente a pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo Instituto Datafolha que revela o pior nível de popularidade do presidente em todos os seus três mandatos à frente do Planalto.
O economista da Bluemetrix avalia que o resultado negativo para Lula no levantamento indica aos investidores que o atual presidente tem menos chances de conseguir a reeleição em 2026.
“O mercado foi muito influenciado pela pesquisa que mostrou uma deterioração da aprovação do governo Lula. Então, de certa forma, o mercado precificou que o Lula pode não ser reeleito”, considera Silva.
Enquanto o dólar registrou queda, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) teve uma expressiva alta de 2,70%, aos 128.218 pontos, em dia que contou com valorização de quase todas as ações listadas na bolsa.
Entre os destaques positivos, os papeis da Vale (VALE3) subiram 1,48%, enquanto que as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) tiveram uma alta ainda maior, desta vez de 3,08%. Bancos e varejistas também performaram bem ao longo do dia.
* Fonte: Correio Braziliense