FALHA NO SISTEMA ELÉTRICO

População pode ser indenizada por apagão generalizado no Brasil

Diante dos prejuízos ocasionados pelo apagão elétrico em todo país, cujas causas ainda estão sendo investigadas, advogado orienta como consumidores podem ser ressarcidos.

Fornecedora do serviço de energia será obrigada a dar desconto em caso de interrupção no serviço. (Foto: Flicker)

O Brasil enfrentou uma crise energética sem precedentes, com um apagão generalizado que afetou todo o sistema elétrico do país. Esse evento, que ocorreu nesta quarta-feira (15), resultou em transtornos e prejuízos tanto para a população quanto para a economia nacional, e é fundamental adotar medidas eficientes para lidar com as consequências desse episódio.

Em entrevista a O Imparcial, Wellington Araújo Diniz, advogado e diretor Jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIUMA), explicou que diante dos problemas causados pelo apagão no sistema elétrico, é imprescindível que sejam tomadas providências imediatas para investigar e esclarecer as causas desse incidente.

“É necessário que os órgãos responsáveis pela energia no país, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), investiguem minuciosamente o ocorrido e identifiquem as falhas que levaram a essa falta de energia generalizada.

Além disso, é preciso que as empresas concessionárias do setor elétrico sejam responsabilizadas caso seja verificado que negligenciaram a manutenção adequada da infraestrutura. Essas empresas têm a obrigação de investir na modernização e segurança do sistema elétrico, garantindo um fornecimento contínuo e confiável de energia para a população”, afirmou o advogado.

Ainda de acordo com a análise feita por Wellington Araújo Diniz sobre este incidente que praticamente parou o país, outro aspecto importante a ser considerado é a necessidade de investimentos em infraestrutura e diversificação da matriz energética no Brasil. O advogado ressaltou que o país depende muito de usinas hidrelétricas, e eventos como a escassez de chuvas podem comprometer seriamente o fornecimento de energia elétrica. Wellington Diniz, acredita que a diversificação de fontes energéticas, como energia solar, eólica e biomassa, se torna essencial para evitar situações semelhantes no futuro.

“É necessário repensar a privatização da Eletrobras, uma das maiores empresas do setor elétrico do país. A privatização dessa estatal, que está em discussão há algum tempo, pode trazer benefícios como o aumento da eficiência e a entrada de investimentos, mas também apresenta riscos, como o aumento das tarifas e a falta de regulamentação adequada.

É fundamental garantir que a privatização seja feita de forma transparente e que os interesses da população sejam protegidos”, avaliou o advogado.

Questionado sobre de que forma o Brasil deve se preparar para enfrentar os transtornos causados pelo apagão no sistema elétrico, Wellington Diniz destacou que é necessário que haja ações emergenciais para minimizar os impactos para a população. “É fundamental que sejam estabelecidos planos de contingência para lidar com situações de falta de energia, garantindo a segurança e o bem-estar da população. Além disso, é importante que sejam oferecidas compensações adequadas para as empresas e consumidores que sofreram prejuízos financeiros devido ao apagão”, disse o especialista no setor.

O advogado ressaltou que se faz necessário realizar uma investigação minuciosa sobre as causas do evento, a responsabilização das empresas envolvidas, o investimento em infraestrutura e diversificação da matriz energética, a reavaliação da privatização da Eletrobras e a adoção de ações emergenciais para minimizar os impactos para a população.”É fundamental que todas essas ações sejam tomadas de forma transparente e comprometida com o bem-estar da população e o desenvolvimento sustentável do país”, finalizou Wellington Diniz 

Duas perguntas para Wellington Diniz

O apagão causou inúmeros transtornos para os consumidores em todo o país. Além de ficarem sem energia por um período considerável, muitos enfrentaram perdas financeiras e danos em seus equipamentos eletrônicos. Como o consumidor pode ser indenizado por esses prejuízos?

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), o fornecedor de serviços é responsável pela reparação dos danos causados ao consumidor em virtude de falhas na prestação do serviço. Sendo assim, é possível que o consumidor seja indenizado pelos prejuízos decorrentes do apagão do dia 15 de agosto de 2023. Para buscar essa indenização, o consumidor deve seguir algumas etapas e procedimentos junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Primeiramente, é importante que o consumidor registre formalmente a ocorrência do apagão junto à distribuidora de energia responsável pelo seu fornecimento. Isso pode ser feito por meio de uma ligação telefônica ou até mesmo pessoalmente, caso a distribuidora possua um local de atendimento presencial. Após o registro da ocorrência, é recomendado que o consumidor reúna todas as informações e documentos que comprovem os prejuízos que sofreu em decorrência do apagão. Isso inclui notas fiscais de equipamentos danificados, recibos de gastos adicionais, como compra de velas ou uso de gerador, e qualquer outra prova que possa ser útil para embasar o seu pedido de indenização.

De que forma o consumidor deve entrar em contato com a ANEEL, para que seja ressarcido?

De posse com todos documentos em mãos que comprovem prejuízos causados pelo apagão, os consumidores devem acionar a ANEEL, por meio do seu canal de atendimento ou do Procon local, para realizar a reclamação formal. Além disso, é importante que o consumidor acompanhe qualquer prazo estipulado pela ANEEL para a resolução do problema e, caso seja necessário, busque auxílio de um advogado especializado na área consumerista. É importante ressaltar que cada caso será analisado individualmente, levando em consideração a extensão dos danos sofridos pelo consumidor e a capacidade da distribuidora de energia em evitar ou mitigar tais danos. Por isso, é fundamental que o consumidor esteja munido de todas as provas necessárias para comprovar seus prejuízos. Em suma, é possível que o consumidor seja indenizado por conta do apagão no sistema elétrico do dia 15 de agosto de 2023. No entanto, é indispensável que ele siga todos os procedimentos necessários, registre o ocorrido formalmente, reúna todas as provas de seus prejuízos e realize a reclamação junto à ANEEL. Assim, poderá ter assegurado seu direito à indenização pelos danos sofridos.

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