Variação de até 300% no valor do alimento

A saúde da população de menor poder aquisitivo está sob ameaça em face do baixo consumo de frutas e verduras, ocasionado pelo elevado preço dos produtos que chegam a ter diferenças de até 300% de um local para outro em seus preços finais de venda.

A insegurança alimentar condena os mais pobres a ter menos comida na mesa, inclusive comprometendo a qualidade nutricional nas refeições.

Em virtude da falta de recursos suficientes que lhes garantam aquisição de frutas e verduras, o que torna a alimentação mais pobre, a população se vê obrigada a optar por alternativas mais baratas, mas de qualidade duvidosa.

Para o pedreiro Oswaldo Silva, a ausência de frutas e verduras compromete a alimentação da família, principalmente das crianças. “Os que nos vale são as frutas de estação, que sendo mais baratas se torna a alternativa ideal, embora não suprindo as necessidades diárias de nutrientes”, afirmou.

Porém, existem períodos que as frutas de estação também ficam escassas, e isso compromete ainda mais qualidade da alimentação.

Para dona Carmen Oliveira, “a ausência de frutas e verduras na alimentação da família compromete a nutrição de cada um, principalmente das crianças que estão em fase de crescimento e precisam ingerir comidas mais saudáveis e que contenham vitaminas como as verduras e as frutas. Os preços absurdos praticados nos mercados e feiras afugentam as pessoas mais pobres que deixam de levar os produtos necessários para garantir uma alimentação saudável. Há necessidade de que se adotem políticas Públicas, que garantam preços menores para os produtos de hortas e granjas a preços mais acessíveis aos menos favorecidos”, afirmou.

A importância da boa alimentação

Conforme a nutricionista Marilucy Tares Pinto. “A alimentação exerce função fundamental para a manutenção e promoção da saúde, o padrão alimentar pode determinar o estado de saúde ao longo da vida. No entanto, observa-se o aumento de consumo de açúcares e gorduras, reduzindo o consumo de carboidratos complexos fontes de fibra, com isso observamos o aumento das doenças não transmissíveis (diabetes, hipertensão e obesidade). Alimentos com baixa densidade de nutrientes como alimentos industrializados tem elevados níveis de gordura saturada, açucares e sódio, o que acarreta em deficiências nutricionais (vitaminas e minerais) ou doenças crônicas não transmissíveis”.

A nutricionista Marilucy alerta que: a OMS tem enfatizado a necessidade de aumentar o consumo de frutas e verduras com recomendação mínima de 400g/dia, já o Ministério da Saúde do Brasil recomenda o consumo diário mínimo de três porções de frutas e quatro de verduras e legumes em seu guia alimentar.

Dietas onde o consumo de frutas e verduras são predominantes, são dietas adequadas em nutrientes, podem diminuir o risco de desenvolver doenças como obesidade, pressão alta, diabetes e câncer.

As principais vitaminas e minerais que as frutas, legumes e verduras possuem:

Vitamina A: importante para a visão, pele, crescimento dos ossos e dentes e para a proteção do organismo.
Vitamina B2: importante para produção de energia.
Folato: importante na formação de novas células para o nosso corpo.
Vitamina C: importante para a cicatrização, crescimento adequado dos ossos, fortalece a resistência contra infecções, ajuda o nosso organismo a absorver outros nutrientes, como por exemplo, o ferro contido no feijão.
Vitamina K: importante para a coagulação do sangue e para os ossos.
Potássio: ajuda no funcionamento normal do sistema nervoso e dos músculos e equilíbrio do organismo.
Magnésio: é importante para os ossos e dentes, para o funcionamento adequado dos músculos, do sistema nervoso e ajuda-nos proteger contra doenças.
As variações de preços que em alguns casos chega a ser superior a 300% afasta o consumidor, fato que contribui para a insegurança alimentar.

O Mercado Central figura como a opção mais vantajosa como local de compra, já que os preços ali praticados são mais baixos que em supermercados, e feiras da cidade.