O ludovicense está em apuros no que diz respeito ao quesito finanças. É o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de setembro, levantamento realizado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA).

O panorama de endividados na capital maranhense acumula vários meses de alta: 82,3% da população, o que equivale a dizer que 8 em 10 moradores da capital estão com dívidas atrasadas, atingindo cerca de 255 mil famílias.

Situação ruim, mas em queda

Apesar da situação crítica, os dados mostram que, pelo 6º mês seguido, o percentual de famílias endividadas caiu. Desta vez, a redução foi de 2,6% em relação ao mês de agosto e de 7% em relação a janeiro.

Apesar de positivo, o dado não deve ser avaliado de forma otimista, uma vez que São Luís continua com patamar acima da média das demais capitais brasileiras, que é de 74%.

Segundo a Pesquisa da Fecomércio, a diminuição do endividamento familiar não se deve ao aumento da renda, mas sim da diminuição no consumo familiar, o que tem desacelerado o endividamento local, como mostrado por dados de intenção de consumo de setembro.

Endividamento por faixa de renda

De acordo com o Peic, as famílias com menor poder aquisitivo, com até 10 salários-mínimos, tem reduzido seu nível de endividamento ao longo do ano, tendo cada vez mais capacidade de quitar as dívidas em atraso.

Para o mês de setembro, 8,5% delas declararam não ter condições de pagar suas contas atrasadas, patamar inferior ao apresentado no início de 2021, quando o índice marcava 9,3%.

Já aquelas com renda superior a 10 salários-mínimos tem apresentado um aumento do nível de endividamento, puxado pelo crescente custo de vida sem a redução do nível de consumo, o que tem levado o indicador geral de endividamento a permanecer acima dos 80% em São Luís.

Padrão de endividamento

Sobre o padrão do endividamento, em setembro as famílias declararam que estão, em média, 53 dias com os pagamentos das dívidas em atraso, mesmo nível apresentado no mês de agosto.

O Presidente da Fecomércio-MA, José Arteiro da Silva, acredita que mesmo da forma como a situação se apresenta, o custo do endividamento pode reduzir nos próximos meses. “O custo do crédito pessoal tem estabilizado nestes meses de 2021, e com queda dos ‘juros ao consumidor’, é possível melhorar o nível de consumo local, com a retomada econômica gradual”, aponta.

Vilão de plástico

O principal tipo de dívida das famílias ludovicenses continua sendo o cartão de crédito, com 71,4%. Aquelas com renda mensal de até 10 salários-mínimos tem aumentado as contas com o ‘vilão de plástico’, nos meses de maio a setembro.

O dado é diferente da tendência registrada nos meses de janeiro a maio, no qual houve redução significativa das famílias que declararam ter este mesmo tipo de dívida.