DRIBLANDO A CRISE DO CORONAVÍRUS

MA ocupa 11ª posição no país em empreendedorismo

Estudo “Donos de Negócios do Brasil”, realizado pelo Sebrae, a partir de dados da PNAD, aponta que o Maranhão está entre os estados com o maior número de pessoas empreendendo.

Foto: Reprodução

Ditados populares como: “De toda crise nasce uma oportunidade”, “Faça de sua crise uma oportunidade de mudança” ou ainda “Não espere por uma crise para saber o que é importante em sua vida”, nunca fizeram tanto sentido para quem precisou literalmente sobreviver diante de tanta instabilidade econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) no Brasil.

E com os empreendedores maranhenses a situação não foi diferente. Foi em meio à crise sanitária que Samuel Melo Rocha, 31 anos, natural de Imperatriz, vislumbrou um cenário de oportunidade e investiu em um atendimento diferenciado voltado tanto para a sua carteira antiga de clientes quanto para os novos que surgiram à procura um “socorro” para não fechar as portas.

“Com a pandemia sentimos mais necessidade do atendimento digital, tanto que investimos na abertura de uma nova empresa, chamada Otimizzei, empresa de contabilidade online que terá um público alvo diferente da Máximus. O que nos ajudou também foram as linhas de crédito que foram criadas em razão da pandemia. Com elas conseguimos alavancar nosso financeiro para facilitar nossa expansão, inclusive uma reforma que fizemos durante a pandemia”, explicou o empresário da Máximus Contabilidade.

Samuel Melo Rocha afirmou que o trabalho na modalidade home office ajudou em 100% para que a empresa obtivesse resultados positivos, pois segundo o contabilista, a tecnologia permitiu que no auge da pandemia todos os colaboradores pudessem produzir de suas residências. “Toda nossa equipe, que nesse tempo eram em torno de 20 pessoas, trabalharam de casa com seus computadores acessando nosso servidor. O maior desafio foi a crise enfrentada por nossos clientes que, por vezes, pediram para reduzir os honorários contábeis. Conseguimos contornar agregando valor para o cliente, ficando mais próximo e propondo soluções junto a eles. Isso fez com que nossos clientes melhorassem. E por conta dessa ação, mantivemos nosso honorário”, contou o empresário.

O contabilista ressaltou ainda que a empresa só conseguiu expandir seus horizontes diante da crise provocada pela pandemia por ter uma visão estratégica voltada pra soluções. “Como estamos lidando diretamente com empresas sabemos das dores. E, sabendo dessas dores, temos mais facilidade de encontrar soluções. Fizemos assim, aproveitamos oportunidades, crescemos e ajudamos nossos clientes a crescer também”, acrescentou Samuel Melo Rosa, afirmando que o diferencial que fez com que a empresa expandisse com relação à concorrência está relacionado ao sentimento de propósito como motivação. “Nos mantivemos firmes por sabermos do nosso propósito de ajudar empresas a evoluírem seus negócios”, finalizou ele.

Impactos no Brasil e no Maranhão

A pesquisa “O impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios”, realizada pelo Sebrae e divulgada em julho de 2020, revelou que a crise sanitária mudou o funcionamento de 5,3 milhões de pequenas empresas no país, o que equivale a 31% do total. Outras 10,1 milhões, ou 58,9%, interromperam as atividades temporariamente.

O estudo que está em segunda edição, também revelou que a situação financeira da maioria das empresas (73,4%) já não estava boa antes mesmo da crise da covid-19. Quase a metade dos empresários (49%) respondeu que as finanças estavam razoáveis, enquanto 24,4% responderam que estavam ruins. Embora o custo com pessoal apareça entre os principais gastos da maioria das empresas (57,1%), apenas 18,1% delas precisaram fazer demissões para manter a saúde financeira dos negócios. Em média, elas demitiram três colaboradores após o início da crise.

De acordo com Hildené Maia, gerente da Unidade de Gestão de Atendimento e Relacionamento com Clientes do Sebrae no Maranhão (foto), mesmo com a pandemia do novo coronavírus, mais de 42,7 mil empresas foram criadas em 2020 no estado, e esse ano quase 28 mil até fim de julho. Apenas no primeiro semestre, o Sebrae atendeu no Maranhão mais de 32mil empresas. Hildené Maia explicou que o erro mais comum que o empreendedor comete ao iniciar um negócio é não se planejar. “É imprescindível planejar para minimizar erros, hoje não temos como investir por oportunidades ou necessidade sem ter um planejamento assertivo”, disse a gerente.

A gestora explicou que o maior desafio para o Sebrae nesse período de pandemia para dar informações aos empreendedores que buscaram soluções para seus negócios, foi o pouco tempo para adequar seus canais digitais que atendem o cliente. “Fizemos uma pesquisa com os pequenos negócios e identificamos o melhor canal pra realizar orientações, capacitações e consultorias”, pontuou Hildené Maia.

Expectativa na retomada de negócios com a flexibilização

Em entrevista a O Imparcial, Hildené Maia revelou que, em termos de número de donos de negócios no Maranhão, o estado está bem posicionado no ranking nacional em relação as demais unidades da federação do país.

“Segundo o estudo “Donos de Negócios do Brasil”, realizado pelo Sebrae a partir de dados da PNAD, o Maranhão ocupa a 11ª posição entre os estados com o maior número de pessoas empreendendo. Ao todo são 774 mil pessoas empreendedores no estado. Ou seja, 3% de todos os dono de negócios do país. Porém, esse número pode ser modificado porque recentemente o estado chegou a 5ª posição no ranking feito pela “Doing Brasil 2021”, que avalia a facilidade para abrir empresas no Brasil”, ressaltou Hildené Maia.

A gerente de Unidade de Gestão de Atendimento e Relacionamento com Clientes do Sebrae no Maranhão acrescentou de que a maneira como o empreendedor pode transformar uma ideia simples em algo rentável está relacionada com a sua observação naquilo que ele pretende investir e pelo momento que passa o mercado. “O empreendedor tem que está de olho no mercado, qual a necessidade do consumidor ele identificou e que ele tem uma resposta. A ideia só vira negócio quando responde uma necessidade e se materializa em um resultado que faz sentido para outros”, pontuou Hildené Maia.

Conforme os dados que o Sebrae tem com relação ao estado e qual a expectativa de crescimento dos atuais negócios nessa retomada com a flexibilização das regras sanitárias, Hildené Maia afirmou que o cenário econômico é promissor. “A expectativa é que o faturamento dos pequenos negócios comece a crescer. Apesar de ainda ser um processo de retomada, o que vai gerar confiança do consumidor para com as empresas é garantir o protocolo de segurança e com certeza dar alternativas de canais de comercialização para o cliente”, disse a gerente em tom animador.

E para finalizar Hildené Maia ensinou alguns passos que o empreendedor pode seguir para que a sua ideia saia do papel. “Expanda sua ideia de negócios, como? Busque orientação sobre o seu futuro negócio, como funciona? Quem são seus clientes? Quem são os seus fornecedores? Que equipamentos você precisa? Que investimentos serão necessários? Indicamos que faça um Canvas para que o empreendedor tenha um olhar mais estruturado de sua ideia. E depois faça o seu plano de negócios, ele será a sua bússola para viabilizar sua ideia”, orientou Hildené Maia.

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