Bolsa volta a operar em queda após circuit breaker ser acionado; entenda
O dia começou tenso no mercado financeiro por causa do tombo nos preços do petróleo e as tensões com o avanço do coronavírus
O Ibovespa desabou 10% logo na abertura desta segunda-feira (9), provocando o circuit breaker, que é a interrupção das negociações. Na volta das operações após a paralisação, os índices da bolsa de Valores de São Paulo (B3) permanecem em queda.
Às 11h46, o Ibovespa caía 8,81%, a 89.363 pontos. Na mínima do dia chegou a 87.955 – menor patamar intradia desde 2 de janeiro de 2019, quando o índice chegou a 87.535 pontos.
A Bolsa de São Paulo (B3) já começou esta segunda-feira com baixa de mais de 8%. Pouco depois de 10h30, o índice caiu mais de de 10% e o circuit breaker foi acionado. O mecanisno é colocado em prática quando ocorrem oscilações atípicas e negativas no mercado de ações para rebalancear as ordens de compra e de venda. As negociações foram interrompidas por 30 minutos para acalmar os operadores e evitar perdas adicionais aos investidores.Continua depois da publicidade
A última vez que o sistema foi acionado foi em 18 de maio de 2017, no dia em que foi divulgada uma gravação em que o ex-presidente Michel Temer conversa com Joesley Batista.
Esta segunda-feira começou tensa no mercado financeiro por causa do tombo nos preços do petróleo e as tensões com o avanço do coronavírus. O dólar começou a semana batendo mais um recorde nominal – descontando a inflação – desde o Plano Real, atingindo a casa de R$ 4,79, na manhã desta segunda-feira, 9.
De acordo com levantamento do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a moeda americana chegou a ser negociada por mais de R$ 5 nas casas de câmbio.
Para tentar conter a disparada do dólar, o Banco Central vendeu US$ 3 bilhões à vista das reservas internacionais. No início da manhã, o BC cancelou o leilão de US$ 1 bilhão que faria e aumentou o valor para US$ 3 bilhões. A decisão se deu por “condições do mercado”, de acordo com a assessoria de imprensa do BC.
Às, 9h53, a moeda americana era cotada a R$ 4,7482, com aumento de 2,47%, depois de ter atingido a máxima de R$ 4,7927.
O dia é marcado por quedas em Bolsas ao redor do mundo por medo sobre o novo coronavírus e como consequência da disputa de preços de petróleo entre Arábia Saudita e Rússia – petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do Golfo.
Na Ásia, as Bolsas da China, seguindo o mau humor generalizado dos mercados financeiros, fecharam em queda. O principal índice acionário do país, o Xangai Composite, teve recuo de 3,01%.
Na Europa, os mercados abriram a manhã desta segunda com queda generalizada. Tudo sob os mesmos motivos – petróleo e coronavírus.
Queda do petróleo
A Arábia Saudita reduziu os preços do petróleo, abrindo o caminho para um forte aumento de sua produção em abril. A decisão dos sauditas, anunciada no fim de semana, veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo na última sexta, 6, para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para amenizar o impacto econômico do coronavírus.
A Rússia, líder informal da Opep , não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.