×
Logo SimpleAds
MENOS INVESTIMENTO

Financiamento de bancos públicos para a Região Nordeste cai em 2019

Os estados do Nordeste receberam apenas 2,2% do total de novos empréstimos autorizados por bancos públicos

Foto: Reprodução

Um levantamento de bancos públicos analisado pelo Correio Braziliense revela que, até julho, os estados do Nordeste receberam apenas 2,2% do total de novos empréstimos autorizados por bancos públicos — um percentual muito menor do que os 21,6% em 2018 e do que os 18,6%, em 2017.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, alegou que o baixo volume de financiamentos se deve à alta inadimplência dos municípios nordestinos. Mas as informações do Tesouro Nacional mostram que não há diferenças regionais nos débitos nem impedimento legal para que os repasses ocorram.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O posicionamento de Bolsonaro a respeito do Nordeste pode ser a reposta para o déficit nos investimentos. Um exemplo foi a redução de concessão de crédito no Nordeste, após ataque do presidente Jair Bolsonaro aos nordestinos. Ele disse que, “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão” — referência ao governador Flávio Dino (PCdoB-MA).

O cientista político Carlos Alberto Moura, analista da HC7 Pesquisas, acredita que parte do discurso de Bolsonaro sobre os nordestinos respinga em seu maior inimigo político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nasceu na região. A rejeição ao petista bateu recordes após ele ser condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP) e ser preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O ex-presidente acabou sendo libertado depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu proibir a detenção antes de esgotados todos os recursos judiciais.

“Foi nessa época de ‘baixa’ do Lula que o presidente intensificou essas questões, em que abordava os ‘paraíbas’ em conversas privadas e áudios que vazaram para a imprensa”, acrescenta Carlos Alberto. O analista reforça a intransigência de tratar temas políticos com agressões. “É necessário refinar o discurso do presidente, especialmente para diminuir questões tratadas como ‘foro íntimo’. Não existe isso enquanto está no exercício do cargo.”

A reportagem procurou a Presidência da República para que comentasse sobre os assuntos, mas foi orientada a ouvir os ministérios relacionados aos temas. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos não respondeu. O da Cidadania disse que os assuntos não estão sob sua responsabilidade.

O Ministério do Desenvolvimento Regional informou, por nota, que “atua em diversas frentes para promover a redução das desigualdades sociais no país e fomentar o desenvolvimento das regiões”. Segundo o órgão, neste ano, “48,3% dos recursos da pasta foram para a Região Nordeste, o que representa R$ 12,5 bilhões do total de R$ 25,9 bilhões”. “O montante inclui todos os investimentos, financiamentos e custeio do Ministério e de seus órgãos vinculados. As políticas públicas são nas áreas de habitação, segurança hídrica, desenvolvimento regional e urbano, defesa civil, mobilidade e saneamento básico”, disse a pasta.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias
publicidade