O preço da carne vermelha disparou em todo o país e o principal motivo vem de fora. Com o aumento das exportações, impulsionadas pelo recorde no valor do dólar, a estimativa é que o preço da carne continue em alta nos próximos meses. O acúmulo ao longo do ano, no entanto, já faz com que o brasileiro tenha que abandonar o alimento ou fazer substituições.

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de janeiro a novembro, mostra que a carne bovina de primeira manteve alta praticamente constante em 12 capitais, sendo que a pesquisa abrange 17 cidades no total.

Segundo especialistas, o aumento das exportações para China, Rússia e Emirados Árabes foi o principal motivo da alta para o consumidor.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Os grandes players como Argentina, Paraguai, Uruguai têm limites geográficos, problemas políticos. A Austrália é um grande player também, tem problemas naturais de seca, chuva e também já exporta 80% da sua produção. A União Europeia: alto custo de produção.

Além disso, o período de estiagem, mais longo em 2019, deixou o pasto seco, que não engordou o gado e colocou ainda mais pressão no mercado.

No entanto, não foi só o boi que ficou mais caro. No Brasil, a carne suína também acompanha as variações da carne bovina. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), as carnes de porco tiveram aumento médio de 3,11% na segunda quadrissemana de novembro. O pernil com osso, por exemplo, subiu 4,75%. Apenas o preço do frango recuou neste mês, custando menos 0,94% do que o mês anterior.