SEMANA DO ARTESÃO

O mundo da arte manual e da criatividade no Ceprama

Conheça o espaço que abriga uma feira permanente de artesanato genuinamente maranhense

Reprodução

Construído em 1891, o Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama) é um espaço em que impera a história do Maranhão, com sua cultura, arte e folclore. O espaço conta com uma área de 4.107m² e é uma feira permanente de artesanato tipicamente maranhense.

São 38 estandes que funcionam diariamente, comercializando produtos em fibra de buriti, azulejaria, vime, fibra de tucum, em chifre, especiarias, madeira e cerâmica, além de bebidas regionais, vestuário e indumentárias de grupos juninos. O visitante pode, inclusive, apreciar o artesão produzindo in loco a sua arte.

Próximo do Dia do Artesão, celebrado dia 19, conversamos com alguns artistas da arte manual e de como seus trabalhos se refletem e são representatividade na cultura maranhense. 

Esses artistas produzem artigos que são a cara da cidade. Réplicas de azulejos portugueses, miniaturas de bumba meu boi, indumentárias, artigos feitos com matéria-prima vinda da natureza, telas pintadas a óleo, peças de tear, bordados, rendas, doces e licores, uma infinidade de produtos para todos os gostos e bolsos. Ah, e ainda artistas muito simpáticos e disponíveis para mostrar e explicar como tudo feito.

A artesã Lúcia Franco é uma prova disso. Há 26 anos nessa profissão, ela conta que aprendeu a trabalhar já depois de adulta, vendo a produção de um índio Guajajara chamado Ademar. “Eu via ele fazendo os colares, as pulseiras e queria fazer igual. Até que ele me ensinou as técnicas e hoje produzo todo tipo de acessório com toque africano e indígena”, conta.

Silvana Stana, artesã

A servidora pública Silvana Stana é esposa do artesão Nils Arild Stana, um norueguês que se apaixonou pela cidade quando veio passar as férias há alguns anos. Aqui se casou com Silvana e depois de aposentado resolveu levar a sério o talento. Ele fabrica peças de decoração com a casca do coco d’água e do coco babaçu. “Ele faz cofres, porta-joias, luminárias, tudo que a pessoa pedir. São ótimos produtos feitos com material da natureza que podem ser dados como presentes, lembranças e que representam a nossa cultura, nossa diversidade”, diz Silvana.

Para Thiago Silva, utilizar a arte que aprendeu em casa na infância, tem todo um significado. Ele confecciona roupas, indumentárias e acessórios juninos. “Aprendi a bordar com a minha tia Justina, do Boi Encanto da Ilha, e levei isso como profissão. É um trabalho delicado, que demanda concentração, e o resultado fica muito bonito. E os turistas gostam muito”, diz.

Lúcia Franco, artesã

Artesãos pedem visibilidade

No período em que ficamos no espaço, vimos poucos visitantes. Os artesãos se queixam de falta de divulgação. Pois a visitação melhora apenas no período de férias, embora tenham dito que este ano foi diferente dos anos anteriores. “Nos últimos anos, tem vindo pouquíssima gente. Você vê a riqueza de produtos e um espaço desses tão bonito, mas que pouca gente conhece”, lamenta Silvana.

Para Lúcia, o ludovicense não dá muito valor ao que é produzido na cidade. “Aqui há muita opção de presente, mas não há, no ludovicense, essa cultura de comprar coisas locais. Prefere ir para um shopping comprar uma lembrança, um presente, que, se duvidar, está levando algo que foi produzido por nós, só que bem mais caro”, reflete.

Você vê a riqueza e a beleza de produtos que estão à disposição, em um espaço desses tão bonito, mas que pouca gente conhece.

Silvana Stana, artesã

Já Thiago pondera que poderia haver uma movimentação maior se houvesse uma programação cultural constante, a exemplo de lançamentos de livros, apresentações de grupos de tambor, de bumba meu boi… “Acho que isso ia dar uma revitalizada. Porque o turista chega, não tem nada para fazer ou para ver, ele não demora muito e vai embora”, lamenta.

O Ceprama

O espaço ocupa o prédio da antiga Fábrica Cânhamo, que fazia parte do polo industrial de São Luís, funcionando até o início dos anos 1970, quando a empresa faliu. Quando em atividades, a fábrica contava com 105 teares, 28 máquinas e 220 operários que produziam uma média de 1,4 milhão de metros de estopa por ano.

Funcionamento

Segunda a sexta-feira, das 9h às 19h
Sábado, das 9h às 20h
Domingo, 9h às 13h
Telefone: 3232-2187

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