Maranhenses são selecionados para programa Jovens Embaixadores
Os estudantes vão passar três semanas em intercâmbio cultural nos EUA
Eu não consigo descrever. É uma coisa que parece surreal”. É o que comenta a estudante Giovanna Gomes Santos Oliveira, 16 anos, uma das 50 pessoas selecionadas para a edição de 2018 do Programa Jovens Embaixadores, que beneficia, com uma viagem de três semanas nos Estados Unidos, alunos e alunas brasileiros da rede pública com excelente desempenho escolar, que falam inglês, que pertencem à camada socioeconômica menos favorecida, que têm perfil de liderança, que prestam serviço voluntário, enfim, que são exemplos em suas comunidades.
No Maranhão, foram selecionados Giovanna e Francisco Benedito da Silva Serra, 17 anos. Ela é estudante do Colégio Universitário (Colun); ele, do Centro de Ensino Maria Pinho, escola da rede estadual de educação. Antes de embarcarem para Washington, na madrugada desta terça-feira, conversei com ambos e eles não conseguiram conter o entusiasmo.
Ao todo, foram 23 mil inscrições e muitas etapas até a finalização com os 50 selecionados. A viagem dos Jovens Embaixadores para os Estados Unidos será de 12 de janeiro a 4 de fevereiro. Na primeira semana, visitam a capital do país, seus principais monumentos, participam de reuniões em organizações dos setores público e privado, visitam escolas e projetos sociais. Depois, serão divididos em subgrupos e cada um viaja para um estado diferente nos EUA.
Lá, são hospedados por uma família americana, assistem aulas e interagem com jovens da sua idade, participam de atividades culturais, de responsabilidade social e de empreendedorismo e liderança, e fazem apresentações sobre o Brasil, sua cultura e seu povo.
A experiência de ser um Jovem Embaixador oferece a esses excelentes estudantes a oportunidade de expandirem seus horizontes, ao mesmo tempo em que ajudam a fortalecer os laços de amizade, respeito e colaboração entre o Brasil e os Estados Unidos.
O programa
Criado em 2002, o programa busca beneficiar alunos brasileiros da rede pública que são exemplos em suas comunidades – em termos de liderança comprovada, atitude positiva, consciência cidadã, excelência acadêmica e conhecimento da língua inglesa. O principal objetivo do programa é valorizar e promover o fortalecimento da educação pública por meio desses jovens, transformando-os em modelos para seus colegas e a comunidade.
522 jovens brasileiros já participaram do programa, que tem como parceiros o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), as Secretarias Estaduais de Educação, a rede de Centros Binacionais Brasil-Estados Unidos, além das empresas FedEx, MSD, Microsoft, Bradesco, IBM e Boeing Brasil. Atualmente, o Programa Jovens Embaixadores é realizado em todos os países do continente americano e conta, ainda, com um programa inverso para jovens norte-americanos representarem os EUA na América Latina.
Ser agente transformador
Giovanna Gomes, estudante do Colun e integrante da equipe de Comunicação do Grêmio Estudantil, diz que ainda está sonhando e confessa que não acreditava que pudesse ser selecionada.
“Desde o começo, nunca quis criar muita expectativa, porque pensei que não ia passar. Parecia algo bem distante. Mas, agora que fui selecionada, quero poder passar a minha cultura, aprender a cultura deles, porque com certeza vai ser um impacto na minha vida e eu vou ser um impacto na vida deles. Então, quero trazer coisas novas. Quero me achar, achar o que eu quero fazer quando eu chegar aqui, pra mudar não somente a mim, mas a minha comunidade. Quero ser um agente transformador”, acredita Giovanna.
Este ano, a seleção contemplou pelo menos um representante de cada estado brasileiro e do Distrito Federal. O programa é patrocinado pela Missão Diplomática dos EUA e parceiros públicos e privados. Outros quatro estudantes maranhenses que chegaram à fase final do Jovem Senador passarão uma semana em Brasília, em curso de imersão na língua inglesa, no mês de julho.
Agregando conhecimento
Para Francisco Serra, é a chance de somar conhecimento. O estudante já havia ficado entre os seis finalistas maranhenses, na edição 2016/2017 do programa, e ganhou o direito de participar, em Brasília, da English Immersion USA – uma semana de intercâmbio de idioma, cultura e conhecimento, promovido pela Missão Diplomática dos Estados Unidos. Agora o sonho está completo.
“O coração está a mil. Para mim, essa experiência toda é uma chave para melhorar o inglês, ampliar o leque de trabalhos voluntários abrangendo mais pessoas, conhecer os embaixadores, consulados, estar com eles e saber como isso tudo funciona é bem importante”, aponta.
E o que ele fará quando voltar do banho de cultura americana? Francisco, que faz trabalhos voluntários na área de meio ambiente e integra o Comvida (Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola) na escola em que estudou, quer aplicá-lo também nas escolas onde for lecionar. Quer fazer a diferença na sala de aula.
“Quero voltar, manter esse trabalho que já faço, mas trazer o conhecimento dos Estados Unidos e aplicar aqui, somar o aprendizado. Pretendo começar o curso de Letras (está aguardando o resultado do seletivo da Uema e do Enem), ser professor e continuar projetos desse jeito na escola. É o que quero fazer”, diz Francisco.