Educação e Futuro
A humanidade está em um processo de mutação extremamente acelerado com consequências imensuráveis. Estamos vivendo em uma era chamada de Transumanismo (H+ ou h+ ou >H) e que é considerada como uma fase transitória entre o Humanismo e o Pós-humanismo. O processo biológico de seleção natural que deu origem a todas as espécies na Terra […]
A humanidade está em um processo de mutação extremamente acelerado com consequências imensuráveis. Estamos vivendo em uma era chamada de Transumanismo (H+ ou h+ ou >H) e que é considerada como uma fase transitória entre o Humanismo e o Pós-humanismo. O processo biológico de seleção natural que deu origem a todas as espécies na Terra leva centenas de gerações para transformar uma espécie em outra. O Transumanismo é uma filosofia que tem como intuito a melhoria da condição humana a partir dos avanços tecnológicos das NBCIs (Nanotecnologia, Biotecnologia, e Inteligência Artificial) para aumentar suas capacidades cognitivas e superar limitações intelectuais, físicas e psicológicas, levando a uma nova raça chamada de Super-Humanos e uma nova era chamada de Pós-Humanismo sem envelhecimento, sofrimento ou morte.
O filósofo Pierre Levy afirma que a informatização da sociedade é um processo irreversível. Não há hoje como parar esta revolução causada pelo avanço tecnológico. Porém, podemos e necessitamos tomar as providências para evitar qualquer desgaste e tirar proveito desta transição, evitando uma fratura social que seria fatal para humanidade.
Para que todos se adaptem a esta mutação constante, precisamos mais de que nunca de uma educação de qualidade e focada no futuro. As exigências são grandes e os desafios são enormes. Precisamos estar muito atentos aos avanços tecnológicos que vêm evoluindo em uma velocidade gigantesca. Entretanto, precisamos estar cientes das potencialidades e das possibilidades que as novas tecnologias oferecem e das quais todos nós devemos ser usuários. É a educação no centro de tudo.
No entanto, o Brasil ocupa uma posição vexatória no ranking do IDH da ONU ocupando o ranking 79 entre os 188 países com um valor igual a 0,754. O IDH é um mecanismo desenvolvido por um economista paquistanês e adotado pela ONU desde 1993 para medir o bem-estar da sociedade.
Entre os três fatores pilares do cálculo do IDH: renda (trabalho), saúde (longevidade), e educação, o PNUD observou que é no pilar educação que o Brasil tem um desempenho mais fraco impedindo o país de estar no grupo dos IDHs mais altos.
O gargalo continua sendo a escolaridade e a qualidade do ensino. A expectativa de vida escolar é de 13,8 anos e a escolaridade média para adultos (acima de 25 anos) é de 7,2 anos de estudo. Quanto ao rendimento anual, ele atingiu os R$ 1.268,00 per capita, e a expectativa de vida aumentou para 76 anos.
Segundo o mesmo relatório, o IDH do Brasil apresenta uma tendência de crescimento sustentável. Porém, 8,5% da população são pobres e sofrem carências nos três setores: saúde, educação e renda, sendo a educação o setor que mais pesa na pobreza.
Apesar do país ter subido quatro posições no ranking, o relatório aponta sérios problemas na educação brasileira principalmente em relação à qualidade de ensino e a taxa de escolaridade. Isto explica os baixos índices de avaliação educacional tanto nacionais como internacionais. Por exemplo, a péssima classificação de nossos estudantes das escolas públicas nas avaliações realizadas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), realizada nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Precisamos acabar urgentemente com um desastre chamado analfabetismo, pois o Brasil é um dos países com maior número de analfabetos absoluto no mundo. A obrigatoriedade do ensino dos 4 aos 17 anos, aprovada pelo governo é um passo importante. Verifica-se, também, que segundo dados do Ministério da Educação (MEC), o Brasil tem cerca de 300 mil professores sem habilitação universitária ou com um título não adequado à disciplina lecionada. Isto é um dos fatores da baixa qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Deste modo, precisamos de excelentes programas de qualificação para nossos professores além de investir seriamente na Educação Continuada até a aposentadoria.
Devemos ter professores satisfeitos com salários e condições de trabalho dignos da nobre missão que eles estão desempenhando na sociedade. Também, devemos incentivar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação -TICs, seja na educação formal ou na educação continuada, pois o seu uso ainda é muito limitado. As TICs permitem novas abordagens pedagógicas privilegiando a aprendizagem e a colocando no centro do processo educacional.
Assim, como dizia o matemático e filósofo francês René Descartes, fundador da filosofia moderna e da geometria analítica no início do século 17, “penso, logo existo”, eu diria então “aprendo, logo existo”, para enfatizar o quanto é importante e crítico ter um olhar mais sério e compromissado com a educação. Isto levaria à implantação de um sistema educacional de qualidade, moderno, mais justo e que possa oferecer oportunidades iguais para que todos pudessem enfrentar os desafios da sociedade do conhecimento.