opinião

Renovação

Renato Dionísio- Historiador, Poeta, Compositor e Produtor Cultural

Por ser uma palavra exaustivamente usada pela classe política em disputas eleitorais e como estamos há poucos dias da eleição municipal nacional, que renovará os administradores municipais e seus respectivos legislativos, tomamos a iniciativa de começar esta conversa a partir dos conceitos da palavra renovar, que tem, dentre outros, os seguintes sinônimos: recomeçar, reformar, reestabelecer, rejuvenescer que ao final significa tornar novo, dar aspectos ou feição de novo, mudar ou modificar para melhor, substituir por novo, por coisa nova.

Em sendo assim, se os eleitores querem de fato renovar os ocupantes destes cargos em disputa, legislativo e executivo. Em sentido lato senso, devem observar alguns parâmetros que indicarão se determinado candidato, de fato, representa esta mudança. Deve passar pelo crivo desta análise a vida pregressa. A experiência política. O nível de conhecimento e escolaridade. Seu grupo de origem e quais interesses econômicos, religiosos e sociais representa.

Registro que quando qualquer pai responsável, recebe um pedido de casamento da filha, de pronto passa a analisar o currículo do pretendente, se trabalha, quanto ganha, de que família procede, que religião professa, como se comporta socialmente, que vícios possui, que costumes manifesta no seu dia a dia. Se age assim em relação à família, porque não procede do mesmo modo com o casamento político, que tem abrangência maior.

Em São Luís, penso que nesta eleição, um fato chama clamorosamente atenção que é a fartura de candidatos representando a grupos políticos e familiares, que há muito discutem, à sombra, as benesses do poder político de nossa terra e alhures. São esposas de Deputados Federais e Estaduais. Filhos de Deputados, com mandato ou não, rebentos de Prefeitos, representantes de denominações religiosas ou de grupos de interesses.

Claro que não acredito que seja o nascimento definidor dos interesses e das práticas futuras de nenhum vivente. Cristalino é o assentamento, segundo o qual, nem sempre os filhos seguem cegamente o que pensam seus genitores. A história registra que São Francisco, apesar de rico, fez voto de pobreza. Da mesma forma o Imperador Constantino, embora educado no politeísmo, pois fim a perseguição aos cristãos. Que nosso Bonifácio, mesmo livre, ofereceu parte de sua vida à luta pela libertação dos cativos.

Como o desafio deste tema, embora provocante, encontra sempre oponentes invoco, por imperativo de verdade, o fato de que eu mesmo combati, por décadas, a hoje Deputada Roseana, acusando-a de pertencer à oligarquia Sarney, mesmo considerando que ela somente se elegeria Governadora quase trinta anos após o término do governo de seu genitor, quando este já havia deixado a Presidência do Brasil. Por provocação; seria então a passagem do bastão político de pai para filho, de marido para mulher, de titular para preposto, uma nova forma de se instaurar pequenas oligarquias? Pensemos.

É bem verdade que existe variados tipos de eleitor: tem os que acreditam que seu voto não muda nada, este vota pela obrigatoriedade do voto. Tem aqueles que embora sabendo da importância do ato, faz de seu voto mercadoria. Tem os que piamente creem no poder do voto, embora minoria, buscam influenciar sua urbe com seu voto. Enfim, se para uns é trocar seis por meia dúzia, é sempre mais do mesmo, para outros, é o voto que impulsiona a sociedade. Que produz as mudanças. Que aprimora as instituições.

Sabidamente, se o pecado não passa da pessoa do pecador, se somente o criminoso responde pelo crime praticado, não seria justo, que pela origem ou nascimento, se possa condenar quem quer que seja. Entretanto, puxando pela memória e bebendo na fonte da sabedoria popular, registro que: filho de peixe é peixinho, e que, cesteiro que faz um cesto faz um cento. O resto. Bem o resto, caro leitor, é com sua consciência e sua vontade de fazer o melhor.

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