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Visita de um linotipista que virou juiz do TJMA

Raimundo Borges – Diretor de Redação

O juiz aposentado e articulista de O Imparcial, Aureliano Neto visitou a Redação, onde foi recebido pelo diretor Executivo Célio Sérgio e o diretor de Redação Raimundo Borges para uma conversa descontraída sobre reminiscências e um pouco de história do jornal mais presente na vida dos maranhenses há 98 anos. Aureliano pegou o gosto pelo jornal dos Diário Associados ainda bem jovem, em 1965, quando ingressou na empresa, como linotipista. Época em que se criou o bordão popular de que “fazer jornal era viciante como cachaça”.

No sobradão 46 da Rua Afonso Pena, onde O Imparcial permaneceu por 50 anos, Aureliano exerceu, por alguns anos, a profissão que abraçou ainda como estudante do ensino médio (antigo Científico). A linotipo ou linotipo (há décadas em desuso) era uma máquina de fazer letras, inventada pelo alemão Ottmar Mergenthaler em 1884. Ela fundia em bloco cada linha de caracteres tipográficos, composta de um teclado, do tipo máquina de escrever. As matrizes compunham a linha-bloco que desciam do magazine onde ficavam armazenadas e, por ação do distribuidor, a ele voltam, depois de usadas, para aguardar nova utilização.

Foi por esse caminho profissional de linotipista, que exerceu também no Sioge, que Aureliano Neto ingressou na Universidade Federal do Maranhão no Curso de Direito, pelo qual chegou a advogado, depois juiz e, por pouco não se tornou desembargador do TJMA, antes de se aposentar. No entanto, o gosto pelas letras tipográficas que fizeram a história de O Imparcial ir tão longe, foi que Aureliano tornou-se um cronista, escritor e membro das academias Imperatrizense de Letras e de Letras Jurídicas. Logo, toda vez que Aureliano visita O Imparcial é também um agradável recuo na história deste matutino e do jornalismo nos seus primórdios.

As três partes distintas — composição, fundição e teclado — ficam unidas em uma mesma máquina. A capacidade de produção é de seis mil a oito mil toques por hora. Suas matrizes (superfícies impressoras) são em baixo relevo, justapostas em um componedor (utensílio no qual o tipógrafo vai juntando a mão, um a um, os caracteres que irão formar as linhas de composição). O próprio operador despacha para a fundição, a 270 graus Celsius.

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