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Trump, Musk e o futuro do Centro de de  Alcântara

Raimundo Borges – Bastidores

Numa revanche eleitoral impressionante, o republicano bilionário Donald Trump derrota a democrata Kamala Harris, e pode mudar o rumo do ocidente e se tornar o verdadeiro dono do mundo. Ganhou no colégio eleitoral, deu uma surra de voto popular, faz a festa da direita planetária e leva Jair Bolsonaro e o bolsonarismo ao deslumbre político. Trump vai governar com maioria na Câmara, no Senado e com seis a três na Suprema Corte. Ao contrário do Brasil, onde as pesquisas eleitorais acertaram mais do que erraram em outubro passado, nos Estados Unidos, longe do que se imagina, os institutos saíram tão derrotados em suas projeções quanto a candidata do Partido Democrata.

A goleada do republicano fez o mundo amanhecer nesta quarta-feira, virado de cabeça para baixo. Nenhuma de todas as pesquisas que davam empate técnico com ligeira vantagem para Kamala Harris sequer chegou perto da larga vantagem do republicano. Os analistas políticos internacionais também apanharam feio das urnas. Trump derrotou Joe Biden quatro anos depois de ter sido o primeiro presidente americano a perder uma reeleição no cargo em 28 anos. A mesma coisa aconteceu em 2022 no Brasil com Jair Bolsonaro, ao ser derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva, na tentativa de reeleição.

A vitória de Donald Trump o torna o ícone da direita internacional e no Brasil não poderia ser diferente, fortalecendo Jair Bolsonaro. Até o Maranhão pode estar torcendo, em razão da expectativa de o multibilionário Alan Musk vir a usar a Base Espacial de Alcântara por sua empresa de alta tecnologia SpaceX. O dono da plataforma X, principal aliado de Trump e maior investidor de sua campanha, desde maio de 2022, vem negociando com a Aeronáutica sobre o Centro Espacial de Alcântara, com localização geográfica privilegiada para lançamentos especiais. Está sob a linha do Equador, com baixo custo de combustíveis, porém, ainda não chegou ao nível que o Brasil pretende há 40 anos com a tecnologia espacial.

Em outubro deste ano, os militares da Aeronáutica e cientistas especiais discutiram com representantes da SpaceX possível alugar aluguel do Centro de Alcântara, do outro lado da Baia de São Marcos, vizinho de São Luís, para lançamentos de foguetes da empresa do polêmico Alon Musk. A plano de Força Aérea Brasileira (FAB) é acelerar a aprovação do projeto de lei do presidente Lula, que cria a empresa pública de Projetos Aeroespaciais do Brasil S.A (Alada), cujo objetivo é tornar o Centro Espacial de Alcântara viável econômico e cientificamente. Um relatório da FAB defende a estatal e a primazia de ela fortalecer a exploração espacial, inclusive citando a empresa SpaceX.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva logicamente sabe do peso político e econômico da vitória de Donald Trump. Apesar de ter manifestado apoio à democrata Kamala Harris, o mandatário brasileiro mandou felicitações ao futuro colega da Casa Branca. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada”, escreveu Lula no X. E acrescentou que “o mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade”.

Outro tema melindroso na política entre Estados Unidos e Brasil tem relação com o Meio Ambiente, uma pauta do governo Lula e do mundo que, porém, passa longe das propostas de Trump. Também no radar, a estreita relação do Brasil com a China que pode gerar atrito, além da posição brasileira sobre as guerras da Rússia contra Ucrânia e de Israel no Oriente Médio. Analistas apontam que o governo Trump terá impacto na relação Brasil/EUA, que completa 200 anos em 2024. Na economia, pode impactar as exportações do agro, além do dólar em outro patamar de valorização, os Brics e a imigração brasileira para a terra do Tio Sam.

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