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Sem Dino e Roseana, 2026 será de Orleans ou de Braide?

Raimundo Borges – Bastidores

Sem as famílias Sarney e Lobão, com Flávio Dino fora da política, Jackson Lago debaixo do chão desde 2011 e Carlos Brandão sem condições de renovar o mandato, as eleições majoritárias no Maranhão em 2026 vão abrir caminho para o surgimento de novos personagens no jogo de poder estadual. Tudo está ainda em construção nos dias atuais. Logicamente que Brandão vai tentar deixar como sucessor alguém que possa lhe permitir continuar dando as cartas no centro do poder maranhense. Daí as suas manifestações ainda pouco convictas de lançar o nome do sobrinho Orleans Brandão, para sentir a reação do eleitorado e dos partidos com os quais divide a poder no Palácio dos Leões.

Trata-se de uma jogada meticulosamente calculada, que o governador vai tentar consolidar daqui para frente, deixando no “banco de reserva” a figura do vice Felipe Camarão (filiado ao PT), com o qual mantém uma relação apenas protocolar, mas sem torná-lo adversário. Com a experiência que acumula na política do Maranhão, Brandão sabe que há espaço para avançar perante uma oposição ainda com baixa visibilidade, expondo um nome de fora do jogo político, mas com alguma possibilidade. Ousa insistir no sobrinho Orleans Brandão até o começo de 2026. É um projeto de alto risco, mas não impossível de ser implementado para valer na corrida ao Palácio dos Leões.

Brandão sabe que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) é praticamente o único nome da oposição capaz de assumir uma candidatura de governador com reais chances de chegar forte na corrida pela sua cadeira. Braide (PSD) é jovem, com o perfil de gestor de qualidade comprovada, bom de voto desde quando foi deputado estadual, depois federal e na reeleição de outubro passado. Ele ultrapassou todas as projeções das pesquisas, ganhou no primeiro turno com a folga de 70,12% dos votos, contra 22,56% do segundo colocado Duarte Júnior, do PSB, partido de Carlos Brandão, com 12 partidos na coligação.

A próxima eleição de governador ocorrerá dentro de um ambiente nacional tão dramático na política quanto foi a de 2022. Os dois principais personagens de hoje – Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) poderão estar ou não no jogo do Planalto. Se Lula estiver em condições políticas de concorrer a um 4º mandato, é uma empreitada das mais difíceis de sua carreira. Se Bolsonaro, por algum motivo conseguir a elegibilidade via anistia do Congresso Nacional, também não será o mesmo da eleição de 2022, quando foi derrotado no comando do governo, apoiado pelas mídias conservadoras, o empresariado, os estados ricos e o agro com sua gigantesca estrutura político-financeira.

Hoje a direita e extrema direita estão super divididas quanto a corrida presidencial. São tantas as pretensões ao Planalto que Bolsonaro pode até ser rifado. Há projeções com outras opções, como Ronaldo Caiado, Eduardo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Eduardo Leite, sempre prontos para um desafio dessa magnitude. Do lado do PT e da esquerda, o nome posto é de Lula, ou o ministro Fernando Haddad. Flávio Dino disse a um aliado do Maranhão que até 2030 estará exclusivamente dedicado às funções do STF. Caso Lula consiga a reeleição, aí Dino poderia em 20230 pensar abandonar a segunda toga, para voltar à política numa eleição.

No caso maranhense, o caldeirão de hoje tende a permanecer na temperatura alta. Mas pode ocorrer fenômenos surpreendentes até abril de 2026, quando Brandão terá que decidir deixar o governo e disputar uma vaga de senador, ou concluir o mandato e tentar fazer o sucessor. Se o nome do jovem estreante Orleans pegar, é com ele que o tio vai entrar no jogo. Do lado oposto, o prefeito Eduardo Braide deve terminar seu programa de reformulação da paisagem urbana da capital, do sistema viário e de saúde, para ingressar um outros projetos que lhe permita tanto quanto visibilidade como gestor da capital. A eleição de governador, portanto, pode ser totalmente de estreantes nesse tipo de empreitada.

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