O sarneísmo está bulindo
Pela primeira vez na história dos últimos 60 anos no Maranhão, os políticos sarneístas estiveram tão distante dos três poderes federal, estadual e municipal. José Sarney foi o homem mais poderoso do Brasil, cuja família e o grupo que orbita a sua volta acumularam um invejável conjunto de bens materiais e patrimonial, hoje impossível de […]
Pela primeira vez na história dos últimos 60 anos no Maranhão, os políticos sarneístas estiveram tão distante dos três poderes federal, estadual e municipal. José Sarney foi o homem mais poderoso do Brasil, cuja família e o grupo que orbita a sua volta acumularam um invejável conjunto de bens materiais e patrimonial, hoje impossível de calcular. Imensa acumulação se deu no estado em que governaram por décadas e mais décadas e não o tiraram a situação do mais pobre do Brasil.
Com Roseana Sarney defenestrada do poder estadual em 2014, coincidindo com o fim do mandato de José Sarney no Senado, que ele presidiu por quatro vezes, equiparando-se ao número de mandatos da filha no Palácio dos Leões, o poder da família Sarney desminlinguiu-se. O processo de definhamento do sarneísmo foi tão irreversível que em 2018, das famílias que formam o grupo Sarney, só escapou o deputado estadual Adriano Sarney, neto do mandachuva mais encalacrado de poder no Brasil.
Em 2020, Adriano (PV) deseja encarar a sua primeira eleição majoritária, concorrendo à Prefeitura de São Luís. Pode ser uma experiência fascinante ou também frustrante. Afinal, mesmo mantendo o poder inigualável em âmbito nacional e estadual, os Sarney e seus seguidores jamais ganharam uma eleição de prefeito da capital. Por isso, durante essas décadas de mandonismo, o sarneísmo nunca esteve de braços dados com a administração de São Luís, como ocorre desde 2014, com Flávio Dino alinhado com Edivaldo Júnior, vizinhos de poder na Praça Pedro II.
Se não for Adriano o candidato do grupo Sarney, ninguém, por enquanto, é capaz sequer de especular quem, dos aproximadamente 10 pré-candidatos que já se movimentam rumo à sucessão de Edivaldo Júnior, arriscaria sair ancorado no sarneísmo. O sistema sarneísta está bulindo, mas sem força suficiente para fazer renascer o seu status quo na política maranhense.