Números que choram
A situação econômica do Brasil não dá sinal claro de recuperação em nenhum setor, apesar de animados discursos do governo, falando o contrário. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem, aponta a falta de demanda interna como um dos principais problemas enfrentados pelas empresas da construção civil. O único alento trazido no levantamento, […]
A situação econômica do Brasil não dá sinal claro de recuperação em nenhum setor, apesar de animados discursos do governo, falando o contrário. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem, aponta a falta de demanda interna como um dos principais problemas enfrentados pelas empresas da construção civil. O único alento trazido no levantamento, referente ao mês de junho, é a referência “menos negativo”, comparando os dados ao que foi projetado no início do ano.
Inegavelmente, a Construção Civil é um dos setores que mais contribuem para a geração de empregos no Brasil, tanto em quantidade de vagas como de qualidade e na formalidade do trabalho. É um dos motores da economia, pois tem o poder de gerar empregos em diversos setores correlatos e influencia diretamente na arrecadação do governo. Em 2018, o faturamento do setor superou R$ 1,1 trilhão. Além disso, indica que a cada R$ 100 investidos, R$ 25 voltam para os cofres públicos como impostos.
A pesquisa da CNI revela como principais problemas enfrentados pela indústria da construção no segundo semestre será a falta de capital de giro (28,8%), a inadimplência dos clientes (25,6%), a burocracia excessiva (24,2%), a taxa de juros elevados (23%) e a falta de financiamento de longo prazo (14,3%). Diante desse cenário, a CNI defende que o governo adote “medidas que possam lidar com a falta de demanda e que facilite o financiamento”. Seriam providências positivas para o setor.
O cenário é tão desanimador que o BNDES registrou uma queda de 49%, ficando em R$ 49 bilhões, em consultas para novos financiamentos, no primeiro trimestre de 2019, comparado ao mesmo período de 2018. A aprovação de empréstimos na primeira metade do ano também desabou 39% sobre 2018, para R$ 18,7 bilhões. Diante desse ambiente de estagnação, a indústria operou, em junho, com 43% do pessoal, das máquinas e dos equipamentos parados. Sobre o futuro, a CNI, porém, vislumbra chances de melhora. É com esse olhar de confiança amarelada que, infelizmente, o país se vê numa encruzilhada angustiante.
Boa, nem tanto
O Flávio Dino disse que a liberação do FGTS pelo governo federal é uma boa medida, “mas apenas um pingo d’água no oceano da recessão nacional”. Para ele, “uma agenda de empregos pressupõe redução de juros, mais crédito e novos investimentos públicos”, analisa.
Pegando no pé
O deputado federal do PCdoB, Márcio Jerry, ganhou o apoio do senador Weverton Rocha, líder do PDT, e mais nove parlamentares de outros partidos, na ação que protocolou no Ministério Público Federal contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL), por “ato de improbidade administrativa e dano moral coletivo”.
Ação de Jerry
O mote da ação de Jerry foi a fala vazada de Bolsonaro em conversa com o ministro Onyx Lorenzoni, na qual ele chama governadores do Nordeste de “Paraíba”. E destaca João Azevedo (PSB-PB) e Flávio Dino, do MA, que ele classifica como o pior deles. “Não tem que ter nada com esse cara”, recomendou.