Numa sessão rápida e sem lengalenga, como, aliás, tem sido nas quintas-feiras, a Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou, ontem, com 37 votos, do total de 42, a antecipação da eleição da mesa diretora para o biênio 2021/2022. A mudança foi possível, graças a um projeto do deputado Neto Evangelista (DEM), que tramitou em regime de urgência e igualmente aprovado ontem sem qualquer contestação no plenário.

Pela proposta, os deputados aceitaram alterar a redação do artigo 7º do Regimento Interno, que autoriza, já a partir de abril da primeira sessão legislativa, a realização do pleito para a escolha do comando do Legislativo para o segundo biênio da atual legislatura, que só terminará em 2022, no fim dos atuais mandatos. A ação foi bem articulada pelo próprio Othelino e seus companheiros da base aliada, e ontem ele via o ocorrido com um fato político previsível e dentro da normalidade.

Uma das táticas de ação de resultado imediato é jamais se limitar à defensiva. A regra é ir ao “ataque” de maneira inteligente, coordenada e sem deixar espaços fragmentados, que possam suscitar investidas adversárias. No caso, o bloco parlamentar. Portanto, a tática surpresa é um elemento importante no plano político, principalmente, diante da complexidade em que ele se apresenta no Maranhão.

Othelino Neto aproveitou o momento de calmaria na Alema e o ambiente de neutralidade, sem eleição em 2019, para articular, com sucesso, a antecipação do pleito, já marcado para 2ª feira próxima, e provavelmente, com chama única. Ele mostrou a força de sua liderança e a aprovação do jeito de comandar o poder legislativo pelos próximos quatro anos.

Agora, com a garantia de vitória, Othelino Neto, do PCdoB, terá no comando do legislativo, o mesmo tempo do governador Flávio Dino no segundo mandato. A Alema é o principal ponto de sustentação política do governo, o que significa o Executivo e o Legislativo terão esse mandato inteiro sem alteração no comando, a não ser se o governador resolver disputar outro mandato em 2022, tendo, legalmente, que deixar o cargo até cinco de abril daquele ano.