Influência perigosa
Quando se fala em influência estrangeira no Brasil não se pode desligar desse raciocínio duas realidades essenciais: a Amazônia e o petróleo do pré-sal. A Amazônia é um vasto domínio natural, inexistente em outro canto do Planeta. Nela a natureza, mesmo surrada duramente ao longo de séculos, ainda mantém sua magnitude insofismável, dentro da qual […]
Quando se fala em influência estrangeira no Brasil não se pode desligar desse raciocínio duas realidades essenciais: a Amazônia e o petróleo do pré-sal. A Amazônia é um vasto domínio natural, inexistente em outro canto do Planeta. Nela a natureza, mesmo surrada duramente ao longo de séculos, ainda mantém sua magnitude insofismável, dentro da qual se encaixa mais de 60% do território maranhense. O seu complexo ecossistema abrange nada menos que sete milhões de km². Paralelamente, o Brasil é uma potência latino-americana. Os Estados Unidos sonham em grilar a Amazônia.
As reservas de petróleo descobertas abaixo da camada de sal no litoral brasileiro se estendem por cerca de 800 km, de Santa Catarina ao Espírito Santo, e chegam a ter 200 km de largura, em uma área de 112 mil km quadrados. Para atingir as jazidas de óleo e gás, entre 5 mil e 7 mil m de profundidade, é preciso perfurar até 2 mil m de sal, sob uma lâmina d’água entre 1 mil e 3 mil metros de profundidade. As reservam guardam 176 bilhões de barris de petróleo e gás, diz estudo do Instituto Nacional de Óleo e Gás da UERJ. O que ainda não foi descoberto é suficiente para cinco anos no mundo. Os Americanos sonham em tomar conta. Não é sem motivo que o país há muito tempo não discutia tanto a questão da soberania nacional e a influência estrangeira. Ontem, por exemplo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou “o desprezo do governo Jair Bolsonaro pela soberania nacional” e denunciou a influência estrangeira nas decisões do Brasil. O presidente estaria sendo influenciado ideologicamente por “um tal de Steve Bannon”, americano palpiteiro e parceiro do astrólogo Olavo de Carvalho, o “guru”. Bannon foi estrategista da campanha do presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump e lidera o grupo “Movimento”, para Dino, de inspiração neofascista, que ganha força mundo afora.
O estrategista americano defende a renúncia do vice-presidente da República, Hamilton Mourão. “O vice-presidente está tentando mostrar que está preparado se Bolsonaro falhar. E isso não é aceitável”, escreveu ele, como quem se acha no direito de dizer o que o Brasil deve fazer com seus problemas internos. Um atrevimento incabível e espantoso, mesmo nas piores circunstâncias institucionais – o que não é o caso corrente no país.