Espeto de pau
O governo Bolsonaro é um espanto! Decisões sui generis, portarias editadas e revogadas, avanços e recuos em tomadas de posições – algumas, saídas de rompantes –, nomeações estranhas, tiroteios nas redes sociais, até casos folclóricos têm mantido o Palácio do Planalto no epicentro do debate político. O Ministério da Educação tem sido nos quatro meses […]
O governo Bolsonaro é um espanto! Decisões sui generis, portarias editadas e revogadas, avanços e recuos em tomadas de posições – algumas, saídas de rompantes –, nomeações estranhas, tiroteios nas redes sociais, até casos folclóricos têm mantido o Palácio do Planalto no epicentro do debate político. O Ministério da Educação tem sido nos quatro meses de governo bolsonarista uma fonte inesgotável de posições inusitadas.
A mais recente se enquadra no velho ditado “Casa de ferreiro, espeto de pau”. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, que defendeu o direito de alunos filmarem professores em salas de aula, com a mesma desenvoltura, ele proíbe terminantemente que qualquer pessoa entre em seu gabinete com um celular. Só recebe alguém em audiência, se o visitante deixar o celular do lado de fora.
Os deputados que precisam cumprir audiência com o ministro, nem pensar em adentrar o gabinete portando o celular. No entanto, domingo passado (28), o ministro apoiou o método nada convencional de gravação de professores por alunos com o objetivo de intimidá-los. O vídeo foi elogiado pelo presidente Jair Bolsonaro e seu filho Carlos. Uma estudante, dirigente do PSL filmou seu bate-boca com uma professora que havia criticado o astrólogo Olavo de Carvalho, guru do clã Bolsonaro.
É nesse mesmo diapasão que o presidente anunciou a extinção de centenas de conselhos sociais com participação popular, responsáveis pelo debate e acompanhamento de políticas federais em distintas áreas. A decisão faz alusão aos seus 100 dias de governo. O Decreto 9.759/2019 — determina a extinção de colegiados que não foram instituídos por lei e que não tenham sofrido nenhuma modificação por seus ministros — sob o argumento de desburocratizar e economizar na administração pública. O mantra de tudo é economizar.