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Com Marcus Brandão, o MDB passou de 7 para 37 prefeitos no  estado

Raimundo Borges – Bastidores

Até domingo passado, dia 27, os partidos, seus candidatos e lideranças perdiam sono fazendo cálculos, projetando estatísticas e martelando a cabeça sobre pesquisas eleitorais nos 51 municípios que realizaram segundo turno para prefeito. Passada a ressaca das vitórias e das derrotas, os mesmo personagens e seus partidos estão debruçados sobre o rescaldo das eleições. Na tabulação final, MDB de José Sarney, Roseana, João Alberto, Edison Lobão e Roberto Costa renasceu novinho e revigorado no Estado. Tinha sete prefeitos e avançou para 37. Tinha 110 vereadores e elegeu 282, inclusive João Alberto em Bacabal.

Com meio corpo dentro do Palácio dos Leões, o MDB conseguiu se reinventar, sob o comando do empresário Marcus Brandão que, em setembro de 2023, ganhou a direção do partido no Maranhão, de mão beijada, da deputada federal Roseana Sarney. O PL, tão festejado pelo país afora, no Maranhão permaneceu com os mesmos 40 prefeitos de 2020 e perdeu 49 vereadores, dos 269 da eleição passada. O partido que mais perdeu prefeitura foi o PCdoB sem Flávio Dino e o PSD com Eduardo Braide e Eliziane. O primeiro tinha 22, ficou com dois. O segundo tinha cinco e ficou apenas com Braide em São Luís, mas é o maior do Brasil, com 822 prefeitos, sendo cinco em capitais.

O governador Carlos Brandão e seu irmão Marcus, que nunca exerceu um mandato eletivo, têm muito o que comemorar depois dos resultados eleitorais. Como chefe do PSB no Estado, o “socialista” triplicou o número de prefeitos, passando de seis para 19 e ganhou 200 vereadores novos em 2024, sobre os 58 que elegeu em 2020. Já o PDT do senador Weverton Rocha tinha 42 prefeitos e 345 vereadores, ficou com 18 prefeitos e 221 edis. O PSD, porém, avançou de 76 para 84 nas câmaras municipais. Esses números trazem enormes lições políticas e rico material para diferentes análises e estudos sobre governança no Estado.

O PSD, do presidente Gilberto Kassab, que saiu robusto no país, com uma evolução de 36% entre 2020-2024, vai ter peso considerável em 2026. E o que dizer do PL de Valdemar Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro, que inchou 50%? O seu rival de sangue, o PT de Lula, ficou longe do auge de 2012 nas eleições municipais, mas também cresceu 36%. Significa que algo deu errado no partido que comanda o Brasil. O assunto virou pauta nas mídias e entre os estudiosos da política. Eles analisam, porém, que nenhum partido obteve uma vitória explosiva quanto foi a reeleição, regada à dinheirama das emendas pix e da máquina pública.

A reeleição teve uma taxa de 80,5%, segundo levantamento da empresa de inteligência de dados Nexus. Só no segundo turno, 14 prefeitos, dos 17 que tentavam a reeleição, venceram. É o maior percentual de reeleição desde 2008. Em 2020, essa taxa foi de 64,69%, quando o orçamento secreto estava engatinhando. Na avaliação preliminar dos cientistas, as emendas parlamentares e as pix desequilibraram as eleições em favor dos prefeitos. Principalmente, os alinhados com os governadores. No caso maranhense, a vitória de Rildo Amaral (PP) em Imperatriz apoiado por Calos Brandão, explica esse fator.

Como tudo ainda é muito novo sobre os resultados das eleições, as suas análises mais apuradas ficarão para mais tarde. Porém, há dados que já medem o impacto das emendas impositivas nas urnas. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), citado pelo portal BBC Brasil, aponta que o valor pago pela União em emendas saiu de R$ 3,43 bilhões em 2015 para R$ 35,3 bilhões em 2023 e R$ 53 bilhões em 2024. Portanto, no primeiro turno quase todos os 116 prefeitos que mais receberam emendas Pix e de outros tipos nos quatro anos de mandato foram reeleitos – uma taxa de 98%. Quando Flávio Dino suspendeu, no STF,  o pagamento das emendas pix em agosto, por falta de transparência e controle, muito dinheiro já havia sido liberado.

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