Bem na fita
Quem diria, o Maranhão é o estado a receber o segundo maior quinhão no país da verba de quase R$ 1 bilhão, na véspera de votação da reforma da Previdência, pelo governo Bolsonaro. A revelação do agrado, saído de emendas parlamentares, soou como música aos ouvidos dos deputados e senadores “indecisos”. Ao cair no jogo […]
Quem diria, o Maranhão é o estado a receber o segundo maior quinhão no país da verba de quase R$ 1 bilhão, na véspera de votação da reforma da Previdência, pelo governo Bolsonaro. A revelação do agrado, saído de emendas parlamentares, soou como música aos ouvidos dos deputados e senadores “indecisos”. Ao cair no jogo da “velha política”, Bolsonaro dá o braço a torção e agora, animado, arrisca até a contabilizar, um por um os votos favoráveis ao seu projeto mais polêmico até agora.
A liberação da bolada, cujo valor exato é R$ 920,3 milhões, foi publicada em 34 portarias de uma edição extra do Diário Oficial da União de segunda (8). Os recursos atendem municípios de 25 estados e são destinados a complementar gastos de prefeitos com serviços de assistência básica, e de média e alta complexidade, segundo informe da coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Minas Gerais ficou com a maior fatia (R$ 126 milhões), seguido de Maranhão (R$ 116 milhões) e São Paulo (R$ 107 milhões).
A origem da grana é o Fundo Nacional de Saúde e vai direto para os fundos municipais. Nessa modalidade, a liberação sairá bem ligeirinho. Tudo isso faz parte do arremate do jogo entre Governo e Congresso para aprovar a reforma da Previdência até sexta-feira na Câmara. Os líderes dos partidos fizeram acordo com a Casa Civil para passar na frente da fila de liberação das emendas solicitadas pelos parlamentares que mais desconfiavam das promessas do governo. A oposição promete obstruir a votação.
Os estados e municípios foram retirados do texto elaborado pelo relator tucano Samuel Moreira no tocante às regras de aposentadoria. Entretanto, ainda pode haver alteração, com a inclusão de emenda ao parecer durante a tramitação no plenário da Câmara. Porém, para que isso ocorra, é necessário que os governadores se articulem com as lideranças partidárias com esse objetivo. No primeiro momento, eles retiraram o apoio à Reforma e o condicionaram a uma série de reivindicações, as quais o Planalto não se comprometeu em atendê-las, temendo “furo” das bancadas estaduais, principalmente, as do Nordeste.
Olhando longe
Ao admitir que “pode” ser candidato a presidente da República em 2022, Flávio Dino também deixa dúvida sobre ficar até o fim do mandato e não concorrer a nada. Ou ainda disputar eleição de deputado, sem esquecer-se da única vaga de senador. Significa que o tempo é o senhor da razão e da decisão.
Olhando longe (2)
Como tem muito tempo pela frente e uma eleição municipal em 2020, Dino precisa muito mais é de consolidar seus programas administrativos para torná-los vitrine para um projeto eleitoral nacional. O passo mais complexo é unir a esquerda, levá-la rumo ao centro e ocupar o espaço que Jair Bolsonaro está perdendo.
Cobrança
O deputado César Pires (PV) voltou a cobrar ontem do governo Flávio Dino cumprimento do Convênio de Delegação 016/2000. Por esse acerto, o governo é obrigado a investir toda a receita do Porto do Itaqui (Emap) no custeio das atividades e na manutenção da infraestrutura portuária. Segundo Pires, Dino vai pagar os R$ 140 milhões parcelados.
Reação dura
Já o deputado Rafael Leitoa, líder do governo na Assembleia Legislativa, rebateu, com discurso duro, César Pires e o deputado federal Edilázio Júnior. Ele os acusa de tentarem a qualquer custo degradar a imagem do Porto do Itaqui, um dos mais rentáveis do Brasil.