A bomba da Vaza Jato
Goste ou não goste da Lava Jato, goste ou não goste de Luiz Inácio Lula da Silva; goste ou não goste do ex-juiz Sérgio Moro, dos procuradores federais de Curitiba e dos ministros que tornaram o petista ex-presidente da República, o político de prisão mais discutida no mundo, mas uma coisa todos sabem: a Lava-Jato […]
Goste ou não goste da Lava Jato, goste ou não goste de Luiz Inácio Lula da Silva; goste ou não goste do ex-juiz Sérgio Moro, dos procuradores federais de Curitiba e dos ministros que tornaram o petista ex-presidente da República, o político de prisão mais discutida no mundo, mas uma coisa todos sabem: a Lava-Jato tornou-se a ferramenta política determinante da eleição presidencial de 2018. As revelações bombásticas do site internacional The Intercept Brasil, lançadas domingo passado, sob o título de “Vaza-Jato”, pela contundência, trazem o poder de sacudir as estruturas dos três poderes da República brasileira.
Para Bolsonaro, a semana, que tinha tudo para ser tensa, em razão da votação da Reforma da Previdência no Congresso, começou com um tsunami. As revelações do Intercept de que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, teria extrapolado suas funções e direcionado a investigação do Ministério Público Federal sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já provocou até sessão extraordinária, neste manhã, no Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro tem uma questão financeira urgente para resolver. A autorização do Congresso para o Governo superar a chamada regra de ouro do Orçamento (ou seja, autorizando o Executivo a contrair uma dívida de R$ 248 bilhões para não entrar em shutdown). O outro tema é a negociação com os governadores, que se reúnem hoje em Brasília para debater a reforma da Previdência, com a inclusão dos estados e municípios. De quebra, tem a convocação de uma greve geral no dia 14 contra as mudanças nas aposentadorias.
Por sua vez, o jornalista Glenn Greenwald, diretor do Intercept, disse ontem ter muito material a ser divulgado, guardado fora do Brasil, que comprova a atuação parcial de Sérgio Moro nas ações da Lava-Jato. “Como chefe da força-tarefa, ele criou estratégias para botar Lula e outras pessoas na prisão, se comportando quase como um procurador, não como juiz”, disse Greenwald ao UOL. Em 2014, ele foi vencedor do Prêmio Pullitzer sobre os escândalos da Agência de Segurança Nacional (EUA), vazados por Edward Snowden. Além de jornalista, é advogado constitucionalista e autor de quatro livros entre os mais vendidos do New York Times na seção de política e direito.