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Segundo turno em Imperatriz envolve Bolsonaro e Brandão

Raimundo Borges – Bastidores

A eleição do segundo turno em Imperatriz, pelo peso político da região, está para o Maranhão como a de São Paulo para o Brasil. A única diferença é que o prefeito de São Paulo, pela magnitude da maior cidade da América Latina e um orçamento de R$ 119,6 bilhões em 2025, é que o prefeito quase sempre aparece como um potencial aspirante à Presidente da República.

Já Imperatriz como o segundo município do Maranhão, só produziu dois vice-governadores: Ribamar Fiquene e o pastor Luiz Porto. Esse fato, porém, não minimiza o interesse pela disputa do dia 27 entre o deputado estadual Rildo Amaral (PP) e a suplente bolsonarista Mariana Carvalho, do Republicano.

Consideradas as devidas proporções, a disputa pelo voto em São Paulo, virou uma espécie de Batalha de Tora Tora, ocorrida em 2001 na invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos, após os ataques de 11 de Setembro. Os americanos e seus aliados acreditavam que o líder da al Qaeda, Osama bin Laden estivesse escondido nas montanhas em Tora Tora.

No caso da eleição de São Paulo não há nenhuma figura a ser caçada. O que se procura é o eleitor, escondido nas rebarbas ideológicas da extrema direita bolsonarista, a esquerda lulista e os centristas que dominam a espectro político brasileiro. Virou um parangolé político.

No caso maranhense, a batalha de Imperatriz parece uma questão de honra para Jair Bolsonaro que esteve duas vezes na cidade e ajudou Mariana Carvalho ultrapassar Josivaldo JP na última semana da campanha, e chegar ao segundo turno. Dizem por lá que Bolsonaro já tem até rede armada à sua espera para se demorar o tempo que desejar. No entanto, o governador Carlos Brandão e o secretário da Casa Civil, Sebastião Madeira (duas vezes prefeitos da cidade), também estão com agenda movimentada em Imperatriz. Eles devem armar acampamento na cidade e ajudar Rildo aumentar a vantagem de 9% do primeiro turno. Sem dúvida vai ser um encontro de Titãs.

Os dois governantes, mais o ministro dos Esportes, André Fufuca (PP) querem ver Rildo Amaral como o próximo prefeito de Imperatriz. Ele já tem a adesão de dois candidatos que ficaram no primeiro turno: Josivaldo JP e de Marco Aurélio.

Imperatriz tem um eleitorado tão pragmático quanto o de São Luís em relação a prefeito. Em 2016 elegeu o delegado de polícia Assis Ramos e o reelegeu em 2020, mesmo sendo uma figura fora da política tradicional na região. Este ano, no final do mandato, o prefeito sequer indicou um nome à sua sucessão ou apoiou qualquer um dos sete candidatos. Está mergulhado num enorme desgaste.

Imperatriz ganhou em 2024 a maturidade política plena, depois de uma luta da população e da Justiça Eleitoral para ultrapassar os 200 mil eleitores necessários a eleição de 2º turno para prefeito. É que, nas duas últimas eleições, o prefeito Assis Ramos foi eleito com apenas 29% dos votos e reeleito em 2020 com menos ainda, 26%. Foi uma votação inexpressiva para uma cidade da importância de um municípios de 260 mil habitantes e principal polo econômico fora da capital. Ainda mais, uma cidade que por pouco não se tornou a capital do estado de Maranhão do Sul, projeto que chegou bem perto de se tornar realidade.

De qualquer forma, a política do Maranhão é um laboratório de arrumação. Apesar de Carlos Brandão ter dito em 2023 que seu governo era a continuação do de Flávio Dino, a realidade de hoje não é bem assim. Basta verificar que foi no Maranhão em que, este ano, o PL de Jair Bolsonaro teve mais candidato em coligação com o PT do vice-governador Felipe Camarão. Foram 22 coligação entrançadas com os dois partidos em guerra nacionalmente. O que mais surpreendeu é que elegeram 13 prefeitos, a prova de que a política é um jogo que, para ganhar, nem sempre é preciso ter-se dois olhos, bastar ter a cabeça no lugar.

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