A sucessão do governador Carlos Brandão, em 2026, passou a ser um tema recorrente nos discursos dele e nos bastidores da presente campanha municipal. Ele apoia mais de 100 candidatos a prefeito, desde a capital São Luís à sua cidade natal, Colinas, localizada nas chapadas do alto Itapecuru, com 42 mil habitantes. Em Caxias, cidade conhecida por “princesa do Sertão”, Brandão discursou para o mundo político local, no lançamento de obras do Programa mais Asfalto e prometeu desenvolvê-lo até o último dia do mandato em 2026, “como governador”. Deixou dúvida se desincompatibilizará em abril daquele ano para concorrer a uma das duas vagas no Senado Federal, como seria esperado.

Neste último domingo, em Colinas, Carlos Brandão (PSB) voltou a abordar a eleição de governador em 2026. Ao cumprir programação oficial na cidade berço de seu nascimento, ele mandou novo recado cifrado, no qual não definiu o destinatário, mas foi enfático na exaltação à atuação do sobrinho Orleans Brandão, como articulador político na área municipalista do governo. Para o mandatário, o jovem sobrinho tornou-se uma  “grande revelação da política maranhense”. E foi mais entusiasta ao informar que, por onde anda no interior, é sempre interpelado por políticos: “Brandão, você está treinando este menino desde quantos anos? Ele tá dando um show em todo lugar”.

Pelo visto, Carlos Brandão não se incomoda com as especulações sobre o nome do sobrinho ser incluído nas apostas relacionadas à disputa do governo em 2026. Enquanto isso, não se percebe Brandão empenhado em fortalecer o nome do vice-governador Felipe Camarão (PT) como pré-candidato à sua sucessão, pelo grupo deixado por Flávio Dino. Como principal liderança do Maranhão, Brandão pode estar avaliando permanecer no mandato até o último dia e arregaçar as mangas por um sucessor que não seja, necessariamente Felipe Camarão, mas que não lhe permita perder o controle das questões políticas.

Seja como for, o Maranhão sem Flávio Dino e sem um Sarney no centro do poder tem um vácuo que precisa ser ocupado. Sem nenhuma liderança forte na oposição, Carlos Brandão segue à frente de um governo atuando forte com sua política municipalista e apoiado pelo empresariado, enquanto busca se consolidar como líder do grupo governista que, no entanto, ninguém sabe hoje onde começa e onde termina a estrutura deixada por Flávio Dino. Se conseguir fazer mais de 100 prefeitos nos municípios de relevância, Brandão se consolidará em 2026 como líder capaz de fazer o sucessor. Ele leva vantagem de até o momento a oposição está sem nenhuma voz de comando que o incomode.

Como as mulheres estão no centro dos debates e das decisões de poder em todos os setores da vida brasileira, a deputado Iracema Vale é sempre citada como pré-candidata a governadora em 2026. Do mesmo PSB de Carlos Brandão, ela está irradiando seu espaços políticos como presidente da Assembleia Legislativa, e já reeleita para os próximos dois  anos. Se eleger uma base municipal no próximo dia 6 de outubro, Iracema estará habilitada à disputar o Palácio dos Leões contra ou com Felipe Camarão (PT). Ou ainda, Orleans Brandão (MDB) – dependendo da atitude que Brandão vier a tomar a partir do começo de 2025. É esperar pra conferir.

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Repudio

Em suas redes sociais, as deputadas estaduais Abigail Cunha (Secretária da Mulher do governo Brandão) e Daniella (procuradora da Mulher na Assembleia Legislativa) repudiaram, com veemência, as palavras desrespeitosas e chulas proferidas pelo candidato a prefeito de Barreirinhas Léo Costa contra a deputada Iracema Vale, presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Em discurso de campanha, Léo praticou violência de gênero e preconceito numa fala machista e sexista contra uma mulher, comparando-a a uma cadela. O motivo: Iracema é mãe do candidato Vinícius Vale que lidera as pesquisas em Barreirinhas. “A cidade dará resposta a esse ato covarde”, afirmou Daniella, no mesmo tom de Abigail.