Coluna

Imperatriz vive a tensão política do  Segundo Turno

Raimundo Borges – Bastidores

A cidade de imperatriz, com 273 mil habitantes e a 632 km de São Luís vive esta semana como centro efervescente do debate político do Maranhão, motivado pela eleição de prefeito – 2º turno – no domingo, 27. Os candidatos Rildo Amaral (PP) e Mariana Carvalho (Republicanos) estão batendo de porta em porta, usando todos os artifícios e estratégias para um deles ganhar o cargo de prefeito do segundo município mais importante do Estado.

Correu até um boato, sem confirmação, de que o ex-presidente Jair Bolsonaro largaria a eleição de 15 capitais, incluindo São Paulo, a maior metrópoles da América Latina, para se hospedar por três dias na residência de Mariana em Imperatriz.

Obviamente que é um exagero imaginar tal grau de apoiamento. Seja como for, a disputa está acirrada como nunca se viu na cidade que mais se desenvolveu no interior do Estado, porém, carregando um triste histórico de violência política e de origem na questão agrária. O auge desses conflitos sociais ocorreu nas décadas de 70, 80 e 90, quando ganhou o estigma de capital da pistolagem. Foi um período histórico, objeto de uma monografia da estudante de Ciências Sociais da Ufma, Natália Mendes que resolveu vasculhar a situação de violência que resultaram em casos de imensa repercussão no Maranhão e no Brasil.

Com um histórico indesejado de ter sido sede de um suposto “Sindicato do Crime”, com José Bonfim citado como “presidente”, Imperatriz superou essa realidade graças ao seu potencial geográfico entre Tocantins e o Pará, assim como eixo rodoviário da Belém-Brasília e os seus ciclos da produção de arroz, de madeira quando chegou a possuir 300 grandes serrarias, da pecuária e do garimpo, como fornecedor de mão de obra para Serra Pelada, na década de 1980. Dos casos mais emblemáticos, estão os assassinatos do Padre Josimo Moraes em 1986, do ex-prefeito Renato Cortês Moreira em 1993 e do deputado federal Davi Alves Silva em 1998, até hoje mergulhados numa nuvem de incertezas e perguntas sem repostas.

Hoje, por força do desempenho econômico e do empreendedorismo local nos setores da indústria, do comércio, da cultura e da prestação de serviços, Imperatriz ocupa a posição de segundo maior centro político do interior do estado. Detém o segundo maior PIB do Maranhão e o 165º do Brasil, o que corresponde a R$ 7,2 bilhões, superado apenas pela capital São Luís. A cidade é o polo da região banhada pelo Rio Tocantins que aglutina o sudoeste do Maranhão e o Norte do Tocantins, sendo, portanto, chamada de “Portal da Amazônia” ou anda a “Capital da Energia”.

Tudo isso juntado, torna Imperatriz nesta eleição, a 1ª de segundo turno no interior do Maranhão, foco de todas as atenções.O maior desafio do próximo prefeito é combater a violência, não mais centrada nas questões da grilagem de terras públicas, mas nas facções do crime organizado que fazem Imperatriz ser a cidade com mais assassinatos no Estado. O assunto é tão urgente que o atual prefeito Assis Ramos foi eleito em 2016 e reeleito em 2020 por ter sido um delegado de polícia que se encorajou a combater o crime.

O ex-governador João Alberto (1991) também marcou ponto na sua gestão ao enfrentar o crime de pistolagem, principalmente na região tocantina. Portanto, Imperatriz, hoje uma cidade próspera, só quer continuar crescendo em paz.“O crime de pistolagem não é um crime comum. É um crime que tem uma estrutura, tem uma inteligência por trás. Ele é um crime de encomenda, e por trás tem os mandantes e os intermediários.

Assim, nem todos os crimes que aconteceram na cidade que se diz de pistolagem são, necessariamente, crimes de pistolagem, porque nem todos eles conferem como crimes de encomenda”, pontua a socióloga Mendes em seu trabalho sobre a violência em Imperatriz. Mudaram-se as vertentes do crime na região sudoeste no Maranhão, mas a violência continua sendo o desafio para qualquer prefeito que desejar ser admirado pela população da cidade fundada pelo freire Manoel Procópio em 1852.  

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias