Deputados do Maranhão que votam pelo impeachment de Moraes
Raimundo Borges – Bastidores
Dono de uma história de 134 anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) teve, com a composição atual, 172 ministros, mas nenhum foi afastado por processo de impeachment, tipo os 47 que tramitam no Senado Federal, sendo 22 contra Alexandre de Moraes e um de Flávio Dino, todos de parlamentares ligados ao bolsonarismo.
A maioria tem relação direta com os resultados das eleições de 2022, quando Moraes era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com os atos golpistas de 08 de janeiro de 2023. Esses congressistas não tiram Moraes do alvo de seus ataques, inclusive com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira, a exemplo do que aconteceu em 2016 no Impeachment da então presidentes Dilma Rousseff quando o deputado Eduardo Cunha era presidência da Câmara.
Já se passaram mais de oito anos da derrubada de Dilma, primeira mulher a chegar à Presidência da República no Brasil. Hoje o Brasil é outro país em vários aspectos econômicos, político e sociais. Sem falar na democracia robustecida, a ponto de suas instituições resistirem e derrotarem o golpe armado pelo bolsonarismo, acarretando um gigantesco processo político e jurídico que chegou ao STF com todos os ingredientes para durar ainda muitos anos.
Com tantas prisões no bojo da tentativa de golpe, a Suprema Corte do Judiciário Brasileiro permanece no centro do confronto político que extrapola as fronteiras do país. O ministro Alexandre de Moraes, como símbolo da luta contra a tentativa de desmoralizar o sistema político brasileiro e golpear a democracia, enfrenta a ira dos golpistas num processo político inédito para fazerem com ele o que fizeram com a Dilma.
O argumento da nova ação no Senado por impeachment contra Moraes foram ordens dele, supostamente não oficiais, para a produção de relatórios no âmbito do STF, relevados em reportagens do jornal O Estado de S. Paulo. Na Câmara já são 147 deputados que seriam favor do impeachment, sendo a grande maioria do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, tendo o PT na liderança do movimento contrário. Para as comemorações do Sete de Setembro, sábado, o presidente Lula já convidou o ministro Moraes, no mesmo dia em que a legião de bolsonaristas promete fazer um ato na Avenida Paulista, para pedir o impeachment de ministro do STF, que conta com o apoio até do multibilionário Elon Musk, dono do X, suspensa no Brasil pelo mesmo Alexandre de Moraes, por descumprir decisão STF.
Vale ressaltar aqui as voltas que a política dá sobre os parlamentares do Maranhão que votarem pelo impeachment de Dilma Rousseff e como estão hoje no caso Alexandre de Moraes. Levantamento da imprensa indica que, dos deputados impeacharam Dilma, Aluísio Mendes declara voto contra Moraes, André Fufuca e Juscelino Filho, hoje são ministros do governo do PT. Dos que estão na Câmara, Cleber Verde está indeciso; Eliziane Gama que votou contra Dilma, hoje é senadora e apoia o governo Lula, assim como Weverton Rocha, que votou a favor da petista, que hoje é presidente do Banco dos Brics, morando na China. Rubens Pereira Jr votou não ao impeachment e agora, obviamente que não apoiaria a defenestração de Moraes.
O deputado Waldir Maranhão, que era vice-presidente da Câmara e, no exercício da presidência, anulou, numa canetada, o andamento do processo de impeachment de Dilma e entrou para a história por esse ato que não prevaleceu, hoje é candidato a vereador de São Luís. Esses dois momentos da política brasileira são significativos, na medida em que se observa as reviravoltas e manobras radicais dos personagens da história.
Quase todos os parlamentares do impeachment de Dilma não estão mais no Congresso para se posicionarem sobre a tentativa de derrubar o primeiro ministro do STF em processo de impeachment, num país, hoje, totalmente dominado pelo radicalismo entre bolsonaristas e lulistas que, a cada instante, escanteiam a lógica e a razão.