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Carlos Brandão pode recuar da ideia de ficar no governo até o fim  de sua gestão em 2026

Raimundo Borges – Bastidores

Passadas as eleições municipais e feitos os cálculos dos ganhos eleitorais do grupo de apoio ao governador Carlos Brandão (PSB), a soma de 157 prefeitos eleitos foi tão robusta que ultrapassou a projeção de 150 e o coloca no centro das decisões a serem tomadas até 2026 sobre a eleição majoritária. Portanto, é impossível imaginar Brandão ainda pensando em ficar no cargo até o último dia, relaxando a chance de acabar 2026 eleito senador. Afinal, até agora, a oposição continua tão diminuta no governo atual quanto foi nos dois mandatos de Flávio Dino, e escancara espaço para ser ocupado por alguém que tenha perfil para isso.

O único nome que Brandão não pode subestimar na disputa do Palácio dos Leões é Eduardo Braide (PSD), eleito prefeito de São Luís com 70% dos votos, maior percentual da história da cidade. Ele saiu tão forte da eleição que, embora dizendo que vai gastar toda a sua energia fazendo uma gestão mais produtiva, mas se acha no “dever de apontar um rumo para a eleição de governador em 2026”. Obviamente que, esse momento não vai demorar. De fato, o deputado federal Josimar do Maranhãozinho (PL), os ministros André Fufuca (PP), Juscelino Rezende (UB) e os senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama pensam do mesmo jeito.

Nesse clube de notáveis eleitorais, nem vale colocar o ganhador da eleição de 2º turno em Imperatriz – Rildo Amaral ou Mariana Carvalho.  Mas cabe, por exemplo a deputada estadual Iracema Vale (PSB), que elegeu o filho Vinícius Vale, prefeito de Barreirinhas; de Urbano Santos; de Água Doce do Maranhão; de Belágua e teve peso decisivo em alguns municípios do Baixo Parnaíba, além de já está reeleita presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2025/2026. Por sua vez, o opositor do governo, Othelino Neto (PCdoB) está apenas inclinado a disputar a reeleição na Alema e apoiar a irmã, Flávia Alves para a Câmara dos Deputados.

O senador Weverton Rocha, que ficou em 3º lugar em 2022 na disputa do governo do Estado, atrás do bolsonarista Lahésio Bonfim, já disse que pretende buscar a reeleição “com o apoio do presidente Lula” e, quem sabe, da mão esquerda do ministro do STF, Flávio Dino que o elegeu em 2018, como governador. Em 2022 eles estavam rompidos, mas nada que impedisse uma reaproximação na indicação de Dino para o STF. Weverton cabalou votos a favor de Dino no Senado e presidiu a sessão que o sabatinou e o aprovou. Agora, impedido de fazer política de natureza partidária, o ministro apenas pode atuar indiretamente como “incentivador”.

Brandão tem hoje uma posição de total controle político-administrativo do Maranhão como há muito tempo não se via. É apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pertence ao PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin, tem excelente relação com os três ministros maranhenses da Esplanada, seu grupo elegeu 157 prefeitos, dentre os quais alguns das maiores cidades como Caxias, com Gentil Neto; Timon com Rafael Brito; Paço do Lumiar com Frede Campos; Barreirinhas, com Vinícius Vale; Bacabal, com Roberto Costa; e apoia Rildo Amaral, que aparece nas pesquisas liderando a disputa do segundo turno em Imperatriz.

Assim, a política o Maranhão que atravessou o ciclo do sarneísmo para o dinismo, em 2023 colocou o brandonismo no centro do poder. Se Brandão conseguir fazer o sucessor e ser eleito senador, obviamente que tem todo um roteiro a ser seguido depois de 2026. Essa modelagem tem como atores, Eduardo Braide na oposição; Iracema Vale, Josimar do Maranhãozinho e André Fufuca no campo amigo. Portanto, os próximos dois anos poderão não apenas trazerem um cenário de desenvolvimento econômico para o Maranhão, mais também redefinir o jogo político no Parlamento e na Poder Executivo para o futuro. Será um biênio eletrizantes, com tais expectativas forjadas no resultado das urnas deste ano.

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