Se nos Estados Unidos onde as ferramentas tecnológicas e a democracia nadam de braçadas perante o mundo, as pesquisas eleitorais erraram feio na disputa presidencial de 2020, imagina-se o que vai acontecer nos municípios do Maranhão no pleito que se realizará daqui a um mês. Naquela eleição dos USA movida a confronto entre democratas e republicanos, as pesquisas não só erraram como o candidato derrotado Donald Trump bagunçou o resultado e até hoje enfrenta processo na Justiça pela violenta invasão do Capitólio, comandada por seus seguidores fanáticos. Portanto, antes mesmo de a vitória de Joe Biden ser oficializada já se dizia que a maior derrota foi a das pesquisas eleitorais.

Nas eleições municipais do Brasil com novas regras impostas pela Justiça Eleitoral e maior rigor na vigilância sobre as fake news, combate ao uso criminoso da Inteligência Artificial e a força das redes sociais, mesmo assim as pesquisas protagonizam as disputas das prefeituras e câmaras de vereadores. No Maranhão, desde a capital São Luís, até o menor município do Estado, a diminuta Nova Iorque com seus 4.320 moradores, os institutos de pesquisas eleitorais estão no auge das projeções.  É com base nas consultas que as atenções do eleitorado de São Luís estão voltadas quase que exclusivamente para os candidatos Eduardo Braide (PSD), prefeito na busca da reeleição, e o deputado federal Duarte Jr (PSB). Na dianteira, eles polarizam a disputa, embora bem distantes um do outro, mas totalmente deslocados do segundo pelotão. Braide tenta levar a vitória no primeiro turno, trabalhando a campanha sobre suas realizações. Já o concorrente Duarte Jr, apoiado pelo governador Carlos Brandão e uma aliança de 12 partidos, entrou nessa fase da campanha buscando levar a peleja para o segundo turno, gastando bem o tempão de TV e rádio, aliado a estratégia de conexão com as mídias da internet.

Quando se volta a atenção para o interior do Maranhão, a corrida pelas prefeituras está com previsibilidade de alguns candidatos ganharem fácil no dia 6 de outubro. Imperatriz, que chegou a 2024 como único município do interior com possibilidade de segundo turno, pode realmente haver duas eleições. Os deputados Rildo Amaral-PP (estadual) e Josivaldo JP (PSD) estão emparelhados em condições de levar a disputa para dois turnos. Também estão em ambiente de disputa polarizada os candidatos Paulo Marinho Jr e Gentil Neto, em Caxias; e bem ao lado, em Timon, a 3ª cidade maranhense, o deputado Rafael Leitoa (PSB) aparece como certo favoritismo perante a prefeita Dinair Veloso (PDT) – por incrível que possa parecer, apoiada pela família Leitoa.

Dentro da Ilha Upaon-Açu, o prefeito Dr. Julinho Matos segue como franco favorito para ser reeleito em São José de Ribamar, embora diante da reação bem articulada do principal concorrente, o vereador Dudu Diniz, apoiado por Carlos Brandão. Ele abraçou também na Ilha, o nome de Fred Campos em Paço do Lumiar, que tem o apoio também do prefeito Inaldo Pereira (PSDB). O empresário e advogado Fred nada de braçadas nas pesquisas no confronto contra o vereador Jorge Maru, presidente da Câmara Municipal. Em Barreirinhas, o jovem Vinícius Vale (PSB) segue liderando por larga margem as pesquisas, apoiado pela mãe Iracema Vale, presidente da Alema e Carlos Brandão. Mas o ex-prefeito Léo Costa pode novamente se unir com Albérico Filho e partir para o confronto mais direto, que envolve o prefeito Dr. Amílcar, isolado.

Em Pinheiro, na Baixada Maranhense a situação está embolada entre André da RalpNet (UB), liderando na pesquisa mais recente, seguido por Caio Hortegal, que estaria perdendo espaço, numa situação bem diferente de Bacabal, onde o deputado Roberto Costa, pelo visto, não terá dificuldade alguma em comandar o município a partir de 2025. No Sul do Maranhão, o jogo eleitoral está no  ápice. O candidato Celso Henrique (PDT) largou na frente, apoiado pelo prefeito Eric Silva (PDT) e o senador Weverton Rocha, mas está vendo o empresário do agro e bolsonarista Alan da Marissol (PRD) já fazendo sombra a seu lado. A temperatura da campanha está tão alta no Sul maranhense, quanto a dos campos de soja, milho e algodão.