A 12ª eleição da história dos 412 anos de São Luís está distante apenas 35 dias e não aparece nada de importância política que a faça diferente das demais. O que muda o cenário de quatro anos atrás comparado com 2024 foi a pandemia da covid-19, que estava num dos momentos mais com complicados. Hoje, com o mundo aliviado da crise sanitária, o Brasil realiza no dia 6 de outubro uma das maiores eleições do planeta. Em São Luís, oito candidatos a prefeito e 514 a vereador estão registrados já Justiça Eleitoral e ingressam na fase mais tensa da campanha – o horário de propaganda gratuita no rádio e na tevê, a partir desta 6ª feira.

Não poderia ser de outra forma, a justificada expectativa sobre o que cada postulante a mandato eletivo tem a dizer de novo aos eleitores. Principalmente, o prefeito Eduardo Braide (PSD) que está há quatro anos no mandato e reivindica a reeleição. Como líder das pesquisas desde o ano passado, Braide tem uma administração que marcou a história da capital maranhense, com um arrojado programa para destravar o trânsito nas principais avenidas em que os engarrafamentos eram diários. Atacou também as questões de saúde, entregando o Hospital da Criança, ampliando os Socorrões e atuando na zona rural, onde pôs em operação uma subprefeitura exclusiva para essa população.

A cidade ganhou uma paisagem nova no seu principal eixo urbano onde se desloca a força de trabalho e estão a maioria das instituições públicas e privadas. Braide chega ao 4º ano de governo sem, porém, construir um bloco partidário, ter parcerias significativas com o governo do Estado e sem contar com o apoio da Câmara de Vereadores. Dos 31 legisladores municipais, ele não tem mais do que cinco apoiadores, motivo pelo qual passou esses anos quase sempre enfrentando crises políticas no âmbito municipal. No entanto, as pesquisas o colocam uma distância significativa no segundo colocado, deputado Duarte Júnior do PSB, apoiado pelo governador Carlos Brandão, do mesmo partido.

Por adotar o estilo de governar sem grupo e distante das mídias tradicionais, trocando-as pelas redes sociais, o prefeito de São Luís tem resistido a uma oposição dura e duradoura. Em 2020, ele venceu o hoje Duarte Júnior, apoiado pelo então governador Flávio Dino, com quem nunca chegou a se reunir no Palácio dos Leões. Pelo contrário, os dois governos dividiram até Carnaval e os festejos juninos, cada qual realizando o seu, em locais separados. Dino achava Braide um “tipo esquisito” de se relacionar politicamente. Quando era deputado estadual, o atual prefeito chegar a ser líder de Dino na Alema. Os dois romperam por causa da eleição da mesa diretora da Casa Legislativa em 2017.

Em janeiro de 2023, logo que assumiu o mandato de 2022, Brandão manteve reunião no Palácio dos Leões com o vizinho do Palácio La Ravardière. Ambos publicaram postagens animadas em suas redes, falando das parcerias debatidas, com demandas da prefeitura em praticamente todas as áreas d governo. No entanto, a relação prosseguiu equidistante e não apresentou nada marcante das parcerias anunciadas. O Carnaval e os festejos continuaram como se fossem cada qual querendo fazer o melhor. E mais uma vez, o governo de São Luís e o do Estado não atuam em programas compartilhados.

Assim, a campanha eleitoral chega hoje à TV e rádio, com Braide tentando se equilibrar no espaço conquistado na dianteira, enquanto Duarte Júnior faz de tudo para levar a disputa ao segundo turno contra o prefeito, repetindo 2020, quando Braide era deputado federal e ele estadual. Por isso, o eleitor está hoje de olhar arregalado no primeiro programa de TV e rádio  De quebra, ele busca usar o espaço eletrônico para tentar mudar o paradigma histórico de ser o primeiro prefeito a ser eleito apoiado pelo governo Estado. Tarefa dificílima. Os demais concorrentes têm como maior desafio tirar Braide ou Duarte da dianteira num eventual segundo turno. Mas a população quer ver antes de qualquer coisa, propostas sérias  para fazer do Patrimônio Mundial da Humanidade, uma cidade digna desse honroso título.