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Brandão reúne a base aliada, mas sem falar nada de eleições 2026

Raimundo Borges – Bastidores

Brandão chega quase à metade do mandato, reúne a base aliada, avalia resultado das eleições, prega união do gruo, não fala em mudança no secretariado e “esquece” de tocar nas disputas eleitorais de 2026. As eleições do dia 6 deram ao grupo 157 prefeitos, centenas de vereadores e impulso para ele decidir os rumos de sua sucessão e das duas vagas de senador. É um assunto embaraçoso para conformar tantos interesses agrupados, principalmente quando se sabe que as pretensões se ampliam para acomodar diante da situação da política nacional com o cargo de presidente da República no centro da polarização entre Lulismo e Bolsonarismo.

As eleições municipais deram a Brandão a posição de líder absoluto da política maranhense, contudo, ele sabe que logo mais haverá cobranças, principalmente a partir de janeiro quando os prefeitos tomarem posse. Não apenas cobranças sobre parcerias entre estado e municípios, como também de participação no governo, por parte das lideranças partidárias. Afinal, são 13 partidos no tronco desse movimento municipalista que Brandão tem conseguido controlar sem dissidências e diante de uma oposição minguada, liderada apenas pelo deputado estadual Othelino Neto e a esposa, senadora Ana Paula, ambos do SD.

Mais uma vez, o governador Brandão surpreendeu numa eleição. Em 2022 nem os mais envolvidos na campanha tinham a garantia de que sua reeleição seria encerrada no primeiro turno. Claro que contou com a força do candidato a senador Flávio Dino, que marcou a história da política maranhense com a votação acima de 2 milhões de votos. Além de ganhar no primeiro turno, Brandão viu o seu principal adversário naquele pleito, senador Everton Rocha (PDT) sair do embate humilhado na 3ª posição, atrás do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, bolsonarista Lhaésio Bonfim. Na eleição deste ano, Weverton preferiu passar sem assumir protagonismo.

O governador reuniu esta semana as lideranças partidárias em movimentado almoço no Palácio dos Leões, para comemorar, avaliar o contexto geral, analisar os eleitos, os derrotados, contar resultados de cada região e deixar para depois temas administrativos espinhentos. Por enquanto, ele quer eleger o prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB), presidente da Federação dos Municípios do Maranhão, cargo que até hoje, dispensado por prefeitos de São Luís. É provável ocorrer consenso na aprovação de Roberto Costa, como símbolo de união dos 217 mandatários municipais e do fortalecimento da Famem.

Por enquanto, Brandão não deseja nem de longe, abrir uma discussão sobre as eleições de 2026. É um cenário ainda em rascunho para daqui a dois anos. Seria erro de amadorismo político tentar trazê-lo agora para o centro da mesa de discussão. Afinal, acima da eleição dos mandatos majoritários do Maranhão está a refrega presidencial, mergulhada num mar revolto de incertezas dentro e fora do Brasil, inclusive na disputa americana entre Donald Trump e a democrata Kamala Devi Harris. É uma eleição de tamanho alcance mundial que certamente terá forte influência no que vier acontecer no Brasil em 2026.

Voltando ao território maranhense, a reeleição do prefeito Eduardo Braide em São Luís ocorreu num cenário estadual com um imenso campo aberto em que ele já dá sinal de que não pretende se limitar a ser simples expectador na capital. Ao declarar apoio à candidatura da bolsonarista de Imperatriz, Mariana Carvalho (Republicanos), Eduardo Braide mandou recados. Um deles é que não se anima em aproximação política com o governador Carlos Brandão, propondo parcerias como anunciou para Imperatriz, caso Mariana seja eleita. O outro é avisar que o resultado da eleição de São Luís no 1º turno com 70% dos votos, o coloca no centro da discussão sobre as disputas majoritárias de 2026. Quem viver verá.

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