Base de Brandão elege 151 prefeitos no estado
Raimundo Borges – Bastidores
O Maranhão realizou uma eleição literalmente de altos e baixos desde a capital São Luís aos municípios mais distantes. O prefeito Eduardo Braide (PSD) que, sozinho com a liderança pessoal foi reeleito com 70% dos votos válidos, provou que o atual mandato foi inovador na gestão administrativa e eficiente na programação de obras que mudaram a paisagem da cidade no sistema viário, nos serviços de Educação, Saúde, infraestrutura e Transportes. Na campanha ele soube se comunicar com o eleitor e “vender” o que fez. Já o candidato do PSB, Duarte Júnior, que tentou pela 2ª vez o Palácio La Ravardière, não passou dos 22% dos votos válidos, aliás, confirmando o que as pesquisas apontaram.
Braide saiu desta eleição cacifado para o que der e vier em 2026 na corrido ao Palácio dos Leões. Com 48 anos, ele tem os próximos dois anos para se tornar uma opção de candidatura, em meio ao cenário que está apenas começando a ser desenhado. Principalmente se o governador Carlos Brandão confirmar o que vem sugerindo aqui e acolá sobre permanecer até o último dia no cargo, em 31 de dezembro de 2026. Ele saiu do pleito vencedor em vários municípios de eleitorado graúdo, em que apoiou candidatos, como ocorreu em Caxias, com Gentil Neto; em Timon, com Rafael, seu líder na Alema; Barreirinhas, com Vinícius Vale; Paço do Limiar, com Fred Campos e em Colinas, com Renato Santos.
O chefe da Casa Civil do governo Brandão, Sebastião Madeira disse, com exclusividade, a este Bastidores, que Eduardo Braide ganhou por ter realizado um bom governo (“que ninguém pode ignorar”) e que, “embora não goste de grupos políticos, mas tem forte empatia com a população”. Sobre a eleição de 2026 e a possibilidade de Braide ser candidato, Madeira prefere fazer uma metáfora: “Na guerra entre Rússia e Ucrânia, com os Estados Unidos apoiando a Ucrânia, a China não entra direto no jogo, mas está junto com a Rússia na área comercial e estratégica. Na guerra política do Maranhão entre opositores de Brandão, o Braide é a China”. O desfecho ninguém sabe.
Chefe da Casa Civil, político experiente e localizado no centro do poder, Madeira disse que o candidato Duarte Júnior (PSB) é um excelente quadro político, mas lhe faltou empatia com o eleitorado. Ele avalia que não faltou apoio de Brandão a Duarte. “Pelo contrário, o governador articulou onze partidos para a coligação do PSB, que obteve um tempo imenso de rádio e TV, e ainda fez inúmeras reuniões para tomar posição sobre Duarte, além de colocar o irmão Marcus Brandão para coordenar a campanha. Só o MDB não foi porque por uma questão interna, que preferiu apoiar Eduardo Braide”, explicou.
No contexto geral, o governo Brandão saiu super vitorioso nos municípios. Os partidos da base aliada elegeram 151 prefeitos, de uma projeção de 150. O PSDB que não tinha nenhum, agora tem vários. No segundo turno em Imperatriz entre Rildo Amaral e Mariana Carvalho há uma preocupação. Ela tem o simbolismo de ser mulher e ter chegado tão longe, contrariando as pesquisas que colocavam empate entre Rildo e Josivaldo PJ. No primeiro turno Brandão ficou de fora, mas Madeira apoiou Rildo. Ele ficou com 35,57% dos votos, e Mariana Carvalho, 26,56%. Mas o segundo turno, dia 27, todos sabem, será uma nova eleição numa campanha tão agitada, capaz até de provocar ondas no Rio Tocantins.
Os destaques da eleição ficaram por conta da reeleição de Braide, no 1º turno, com 70% dos votos válidos; do jornalista Douglas Pinto (PSD), um estreante que se deu bem com o apoio do prefeito Braide, sendo o mais votado vereador da Câmara de São Luís, em sua história, 16.036 votos. Desbancou vários membros do Legislativo. Em Barreirinhas, o engenheiro Vinícius Vale (PSB), também estreante, derrotou por 67,19%, o ex-prefeito Léo Costa (Pode), junto com o atual mandatário do município, Amílcar Gonçalves (PCdoB). Dentro da Grande Ilha, em Paço do Lumiar, o empresário e advogado Fred Campos (PSB) deu capote, com 46.947 votos (69,92%). Em Ribamar, o prefeito Júlio Matos (pode) foi reeleito com 51.719 votos (54,27%); E Eudes Barros (PL) em Raposa, com 63,17%.