Coluna

A cadeirada de Datena é um risco para o País

Raimundo Borges – Bastidores

O debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo domingo passado no estúdio da TV Cultura acabou debaixo de pancadaria ao vivo. O candidato do PSDB, José Luiz Datena reagiu às provocações do ex-caoch adversário Pablo Marçal (PRTB), com uma cadeirada arremessada em seu corpo. O ambiente de tensão na campanha paulistana, maior megalópole da América Latina, com 11,4 milhões de habitantes e um orçamento de R$ 119 bilhões promete ser ainda pior e mais violenta quando chegar ao segundo turno. Como três candidatos estão em empate técnico – Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), o que ninguém espera ver ainda é uma campanha minimamente civilizada.

Comparando-se São Paulo com São Luís (MA) tanto no orçamento de R$ 5,4 bilhões em 2025, quanto pela população onze vezes menor, os oitos candidatos ao Palácio La Ravardière ainda não partiram para a estupidez insana. Há tensão na disputa pelo voto, mas nada que fuja ao controle da Justiça Eleitoral e esbarre na delegacia de polícia, ou em hospital. A ampla vantagem do prefeito Eduardo Braide sobre Duarte Jr (PSB) na última pesquisa, já desestimula atitudes de violência no grau da agressividade ocorrida em São Paulo. A cadeirada de Datena no bolsonarista Marçal foi apenas um episódio entre tantos inseridos na campanha pela prefeitura da capital do estado mais rico e mais populoso da federação.

No momento em que a disputa pelo voto está evoluindo para a reta final, as campanhas costumam tonarem-se mais agressivas, com determinados candidatos perdendo a compostura, ao invés de debaterem ideias para a melhoria das cidades e a vida de cada cidadão. Quando esse tipo de confrontos ocorre diante da câmeras de TV ao vivo, causa mais do que indignação no eleitorado. Causa desprezo. No auge das provocações, Pablo Marçal chegou a dizer que Datena não era homem para dá-lhe um tapa, como prometera. Os dois estão em situação dramática nas pesquisas. Marçal deu uma quinada repentina nas pesquisas e está em queda, enquanto Datena começou pontuando alto e despencou. Agora, pode até desistir.

O que o Brasil espera, neste momento especial de uma eleição mais tecnologicamente inovadora é que seus principais personagens mostrem caráter. Não descambem para atitudes de insanidade que possam contaminar as campanhas pelo país afora. E quando esse tipo de desatino ocorre na cidade considerada o centro econômico-financeiro do Brasil, não deixa de trazer imensa preocupação. A nossa democracia é forte, mas nenhum sistema político é imune e inabalável perante grupos ou fações que tentam desacreditá-la e torná-la vulnerável aos avanço dos fundamentalistas da extrema direita radical, que assustam nos cinco continentes.

Embora a cadeirada tenha sido um episódio isolado, as imagens da briga, em síntese, são repugnantes e reprováveis. Afinal, é um mau exemplo entre dois postulantes à prefeitura de uma megalópoles do tamanho de São Paulo, cujo orçamento só perde para o Estado de São Pulo e para a União Brasileira. Chocante quando tais candidatos perdem a decência, a compostura e partem para a baixarias explícitas e ao vivo em âmbito nacional, deixando de lado o que, de fato, importa à população que, ao longo da história luta por gestores comprometidos com as causas nobres e gestão em favor das cidades e a vida das pessoas.

Desastre ambiental


O desembargador do TJMA, Jorge Rachid compartilhou, apavorado, imagens da mortandade de cardumes de tainhas nas praias de São José de Ribamar, Raposa e Araçagi. “Não vi nenhuma autoridade se movimentar para ao menos dizer o que houve”, protestou.

Favoritos


Eduardo Braide em São Luís, Fred Campos em Paço do Lumiar e Julinho Matos em São José de Ribamar, são três candidatos na Ilha Upaon-Açu que estão com a faca e o queijo no pão para gafar as respectivas prefeituras no próximo dia 6

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