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Tributo a Graça Aranha

Osmar Gomes dos Santos – Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís. Membro das Academias Ludovicense de Letras, Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.

No último dia 2 de fevereiro de 2025, tive a honra de ser empossado como membro fundador da Academia Literária do Maranhão (ALMA), em cerimônia realizada no auditório da Associação dos Magistrados do Maranhão. O evento contou com a presença do presidente da Academia Maranhense de Letras, desembargador Lourival de Jesus Serejo Sousa, que nos prestigiou assinando os 25 (vinte e cinco) diplomas dos acadêmicos empossados.

Foi uma noite de domingo memorável, marcando o nascimento grandioso da ALMA, composta por um quadro de literatos da mais alta qualidade, todos comprometidos com a missão de honrar seus pelerines, colares e, sobretudo, a história cultural e literária de São Luís e do Maranhão.

Salve a ALMA!

Nesta ilustre instituição cultural e literária, coube-me a honrosa missão de ocupar a Cadeira de número 5 (cinco), cujo patrono é o notável intelectual e imortal Graça Aranha. A ele dedicarei, doravante, algumas palavras, ainda que sucintas, pois sua relevância transcende este singelo tributo e certamente continuará sendo objeto de estudo e reflexão ao longo do tempo.

Graça Aranha: José Pereira da Graça Aranha nasceu em 21 de junho de 1868, na cidade de São Luís, Maranhão. Filho do advogado e político José Maria da Graça Aranha e de Maria do Socorro Pereira da Graça Aranha, oriunda de uma tradicional família maranhense.

Foi advogado, diplomata e escritor, destacando-se como uma das figuras centrais do Modernismo no Brasil. Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife e, posteriormente, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, onde exerceu a advocacia.

Como diplomata, foi secretário da Embaixada do Brasil em Paris de 1904 a 1910. Durante esse período, teve a oportunidade de conviver com uma notável plêiade de artistas e intelectuais europeus, o que influenciou profundamente sua trajetória intelectual e literária.

Graça Aranha demonstrou grande interesse por psicologia e filosofia, sendo o Modernismo um marco essencial em sua produção literária. Sua primeira obra, o romance “Canaã”, publicada em 1902, explora a relação entre o homem e a natureza. Em 1911, lançou “Malazarte”, uma narrativa que aborda questões como memória, loucura e identidade. Já em 1921, publicou “Estética da Vida”, obra fundamental que discute arte e existência.

Graça Aranha, um dos principais nomes do Modernismo Brasileiro e da Semana da Arte Moderna de 1922, influenciou expoentes como Oswald de Andrade e Mário de Andrade, ao mesmo tempo em que foi impactado pelo pensamento de grandes nomes da filosofia e literatura europeias, como Friedrich Nietzsche e Henri Bergson.

Antes de suas grandes obras, escreveu artigos e contos em jornais, destacando-se a coletânea “Contos entre Amigos”, publicada em 1899. Seu legado permanece vivo, inspirando as gerações presente e futura.

Viva Graça Aranha! Viva a ALMA, que já nasceu gigante!

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