Hora de reagir
Neres Pinto – Tiro Livre
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Por motivos óbvios, a torcida do Moto Club não esperava a montagem de uma equipe altamente qualificada para fazer a diferença no Estadual, bem como na Copa do Nordeste, mas contava neste início de temporada com um grupo mais aguerrido, encarnando, individual e coletivamente, parte do seu hino oficial que enaltece o “time de fibra e de garra”.
Quem acompanhou as últimas apresentações do Rubro-Negro, observou, perfeitamente, que o time de Zé Augusto não tem intensidade e mostrou poucas alternativas táticas. Além disso, passa a maior parte do tempo ignorando os passes verticais e mais rápidos, mesmo não tendo jogadores habilidosos pelas beiradas do campo. Até a defesa, que se portou razoavelmente na pré-Copa do Nordeste, passou a ser frágil e ter um posicionamento equivocado, notadamente nas laterais.
Na verdade, há falhas em todas as linhas, mas ainda bem que há tempo suficiente para uma reação. Tudo vai depender do resultado da partida desta tarde, contra o Imperatriz. Uma vitória poderá significar o início de uma nova fase. Uma derrota terá, ao final desta primeira etapa da competição, consequências desagradáveis para quem não vem correspondendo às expectativas, pois a torcida já começa a ficar impaciente com o rendimento de alguns profissionais, dos quais muito esperavam e que pouco têm se destacado, pelo contrário, estão caindo de produção cada vez mais.
SAF do Maranhão
Uma das notícias de maior repercussão no futebol maranhense nesta semana, foi, sem dúvida, a informação prestada pelo presidente do MAC, Carlos Eduardo, dando conta da existência de adiantadas tratativas para o clube se transformar em uma SAF (Sociedade Anônima de Futebol). O contrato com uma holding alemã que tem investimentos no Brasil, poderá ter duração de 12 anos, com projeto de levar o Quadricolor da Série D do Brasileiro à divisão de elite a médio prazo. Ora vivas! Cautelas à parte, vamos torcer para tudo dar certo.
Passos de tartaruga
A semana chega ao fim e mais uma vez o recurso do Sampaio Corrêa não é colocado na pauta de julgamento do STJD. Pelo visto, a Comissão Disciplinar está abarrotada de processos, ou a Apelação do Tricolor não tem a importância que merece. Estamos falando do caso Yuri Ferraz, atleta que, por erro dos árbitros e omissão do ABC-RN, foi escalado irregularmente quatro vezes pelo time potiguar e em outras nove oportunidades pelo Caxias-RS, na Série C do Brasileiro de 2024.
Arbitragens
O futebol do Maranhão parece realmente estar, negativamente, na mira das arbitragens da Copa do Nordeste. Sampaio Corrêa e Moto são os maiores prejudicados desde a primeira rodada. De nada adiantou a punição imposta pela CBF aos árbitros piauienses que inventaram uma penalidade máxima contra o Rubro-Negro no jogo contra o Fortaleza. Aqui, em pleno Castelão, o sergipano Marcel Philipe deixou de marcar um pênalti claro (mão na bola) em favor dos tricolores, no jogo Sampaio x América-RN. Para completar, na partida entre Moto e Ferroviário do Ceará, o árbitro Wagner Francisco Silva Souza (BA) deixou de expulsar um atleta do clube cearense, autor de jogada violentíssima, que poderia resultar numa queda de produção dos visitantes. Resta saber até quando isso vai continuar acontecendo.
Decepcionantes
As arbitragens ruins são apenas alguns detalhes em desfavor dos clubes maranhenses neste Nordestão. É bom que se reconheça, porém, que os dois representantes do Maranhão têm se apresentado com equipes muito abaixo das expectativas de seus torcedores, notadamente o Moto Club. Empatar com os reservas do Ferroviário-CE, em casa, já diz tudo. O Sampaio Corrêa melhorou um pouquinho diante do América, mas tem vários pontos fracos, a começar pela defensiva. O meio de campo só tem Cavi e o ataque vive apenas da habilidade de Pimentinha. Os demais, quase todos, ainda deixam muito a desejar. Por isso, está explicado o porquê das posições (lanternas) que bolivianos e motenses se encontram em seus grupos.